O advogado do opositor venezuelano Edmundo González, José Vicente Haro, afirmou nesta terça-feira (3), que o candidato que concorreu à presidência contra Nicolás Maduro vai “de casa em casa” para se proteger e que não pretende pedir asilo em qualquer embaixada, apesar do mandado de prisão emitido contra ele pela Justiça.
“Ele tem que ir de casa em casa para se proteger, para sua segurança e sua vida”, disse o advogado à emissora colombiana W Radio. Segundo ele, não há planos de que o opositor busque asilo em uma embaixada estrangeira em Caracas para evitar a prisão, já que sua intenção é permanecer na Venezuela, perto de seus eleitores.
Questionado sobre a possibilidade de pedido de asilo, o advogado respondeu sem rodeios que “de jeito nenhum”.
“Esse cenário não está planejado, nem cogitado, de forma alguma, porque Edmundo González, numa decisão muito pessoal, muito corajosa, admirável, decidiu permanecer protegido, mas aqui em território venezuelano, em defesa da vontade majoritária dos cidadãos. Neste momento, uma situação de asilo como esta, como convidado numa embaixada, seria colocar-se numa situação que o separaria dos venezuelanos”, disse.
Segundo Haro, o maior desejo do então candidato é “estar próximo dos venezuelanos e responder à confiança que os venezuelanos lhe depositaram com um voto arrebatador”.
Nesta segunda-feira (2), um tribunal venezuelano de primeira instância para casos ligados a “crimes associados ao terrorismo” emitiu, a pedido do Ministério Público, um mandado de prisão contra González que não recebeu três intimações para prestar depoimento.
Está a ser investigado pelos alegados crimes de usurpação de funções, falsificação de documentos públicos, instigação à desobediência às leis, associação para a prática de crimes e formação de quadrilha, devido à publicação de um site onde a oposição publicou a acta eleitoral com resultados desagregados da votação de 28 de julho.
Sem apresentar nenhuma das atas entregues pelos seus inspetores, o chavismo afirma que os resultados divulgados pela oposição, que dão a vitória a González com 67% dos votos, são falsos. O MP diz que houve uma “usurpação de poderes” do poder eleitoral com a publicação do site.
O opositor nega todas as acusações e afirma que o procurador-geral do Ministério Público, Tarek William Saab, atua como “acusador político”, e não garante a independência do processo.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de uma operação de busca e apreensão na casa do opositor, o advogado de González disse à emissora colombiana que “todas as possibilidades na Venezuela estão abertas, infelizmente”, porque, segundo ele, não existe “nenhum parâmetro estatal de direito que seja respeitado.”
“Estamos preparados para esta contingência e devemos responder-lhe de forma legal, profissional, exigindo o cumprimento das correspondentes garantias constitucionais e protegendo principalmente a família de Edmundo González, que é valiosa para ele”, disse o advogado, afirmando que sua esposa O adversário tem mais de 75 anos.
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