A diretoria do Corinthians busca novas receitas e tenta oferecer os Naming Rights da Neo Química Arena e do CT Dr. Joaquim Grava para impulsionar as contas do clube.
O plano de Augusto Melo e seus pares é englobar a venda de Arena e CT Naming Rights em um único pacote. Atualmente, o Timão só recebe dinheiro pelos direitos do estádio, que pertencem à Hypera Pharma. A empresa se comprometeu a repassar R$ 300 milhões por um contrato de 20 anos e batizou o clube corinthiano de Neo Química Arena.
Para atingir esse objetivo, o Corinthians tem multa considerada baixa para quebrar o vínculo firmado com a farmacêutica em 2020.
O relatório de Gazeta Esportiva obteve acesso ao contrato firmado entre o clube e a Hypera Pharma e descobriu, com exclusividade, o valor da multa rescisória.
Caso queira romper o vínculo até o final deste ano, o Corinthians, ou qualquer empresa interessada no espaço, terá que pagar multa de R$ 123,250 milhões. Se o acordo fosse rescindido durante 2025, os números caem para mais da metade: R$ 50,750 milhões. O valor da multa diminui gradativamente ano após ano (confira a tabela abaixo).
- R$ 123,250 milhões em 2024;
- R$ 50,750 milhões em 2025;
- R$ 47,850 milhões em 2026;
- R$ 39,150 milhões em 2027;
- R$ 33,350 milhões em 2028;
- R$ 27,550 milhões em 2029 e 2030;
- A partir de 2031 é paga a anuidade referente ao ano da rescisão (R$ 15 milhões, corrigida pelo IGP-M).
A estratégia de não estipular multa elevada para rescisão do contrato foi incentivada pelo longo prazo de vigência do contrato. O clube, na época, entendeu que não poderia criar obstáculos para que novos interessados surgissem e também se o valor, com o passar do tempo, ficasse desatualizado.
O Corinthians anunciou a venda do Naming Rights da Arena para a Hypera Pharma no dia 1º de setembro de 2020, data do aniversário de 110 anos do clube.
Com quem o Corinthians pretende negociar Naming Rights?
Uma das tentativas da atual diretoria do Timão, presidida por Augusto Melo desde o início deste ano, é negociar a venda dos Naming Rights da Arena e do CT com a Emirates, principal companhia aérea dos Emirados Árabes Unidos.
A iniciativa partiu do Corinthians. O clube ofereceu a parceria à Emirates, e a empresa estuda a possibilidade de fazer negócios. Desde então, o conselho tem tentado estreitar os laços com a companhia aérea.
Quem lidera as conversas com a Emirates não é Sérgio Moura, diretor de marketing do Timão, mas sim Igor Zveibrucker, o empresário gaúcho que vem atuando como uma espécie de investidor no clube do Parque São Jorge.
O ex-diretor de futebol do Corinthians, Rubão, em entrevista ao Mesa redonda, disse que o mandatário esteve envolvido na compra do ponta Matheuzinho e injetou dinheiro na campanha eleitoral de Augusto Melo. Este ‘parceiro de negócios’ tem até contrato com o clube, que promete devolver tudo o que foi investido por ele com as devidas correções.
Igor também sugeriu o intermediário para conversas com a Emirates: Edu Gaspar, coordenador técnico do Arsenal e ex-técnico do Corinthians. Ele foi o responsável por apresentar o Timão à empresa, já que a empresa tem parceria com o clube inglês, imprimindo o uniforme do time e batizando o estádio do time londrino – Emirates Stadium.
A diretoria do Corinthians, portanto, vem buscando através de Igor abordar a Emirates e agendar uma reunião com a empresa, com o objetivo de negociar os Naming Rights da Arena e do CT. Porém, é importante dizer que ainda não há negociação em andamento. Está prevista uma viagem de Igor com a liderança alvinegra a Londres e Abu Dhabi e um dos objetivos é intensificar o interesse do clube na abertura de negociações.