António Oliveira explicou porque optou por mudar o esquema tático do Corinthians para enfrentar o Flamengo, neste sábado, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro. O comandante alvinegro surpreendeu muitos torcedores ao apostar em três zagueiros, mas a mudança não surtiu efeito e ele teve que sofrer uma derrota por 2 a 0. Após a partida, sua estratégia foi criticada pelo Corinthians, mas os portugueses negaram a possibilidade de ela ter influenciado no resultado final.
“[A mudança de esquema tático] Não tem nada a ver com o resultado final. A expectativa de gols do Corinthians era maior que a do Flamengo, e não foi porque eles trocaram para os quatro que criamos muitas situações. A equipe esteve equilibrada, teve oportunidades no jogo, nos primeiros minutos a equipe até entrou bem na partida, pressionando o adversário, criando desconforto para tentar tirar a confiança do adversário. Estávamos com alguma ansiedade em romper rapidamente a linha devido à intensidade que tinham. Tivemos alguma dificuldade com o Wesley então a bola não entrou no Gerson, numa dessas situações saiu o gol. Mas, penso que a eficácia acaba por ditar o resultado final do jogo”, disse António Oliveira.
Sem Raniele, suspenso por acúmulo de cartões amarelos, o Corinthians teve que enfrentar o Flamengo sem o volante titular. Com isso, António Oliveira viu-se obrigado a alterar a sua formação tática para tentar manter a solidez defensiva da equipa mesmo sem o seu “cão de guarda”.
“Outro aspecto individual que influenciou o jogo foi o índice de duelos perdidos. O adversário conseguiu roubar a bola. Quem me conhece sabe como lido com alguns jogos. Sem o Raniele a agressividade dele em campo é enorme…caçamos com gatos. Já ganhei jogos com linha de três, não tem nada a ver com isso. Tem muito mais a ver com atitude e comportamentos que são seguidos ou não, o ritmo de duelos vencidos, a recuperação da bola e a devolução ao adversário. A derrota não aconteceu por uma razão estrutural. Antes do segundo gol do Flamengo tínhamos uma situação muito clara para empatar o jogo com o Cacá. Não foi por questões estruturais, foi num momento do primeiro tempo que o adversário conseguiu nos machucar e teve um bom volume, exigindo muito do Carlos [Miguel], que existe para isso. A responsabilidade sempre será minha quando não vencermos”, continuou ela.
Apesar do domínio do Flamengo durante a maior parte do jogo e da vitória do rival, o técnico do Corinthians não acredita que os cariocas tenham tido um desempenho muito melhor que o seu time.
“Nestes jogos grandes, com dois grandes clubes do futebol mundial, quem não mata, morre. Foi uma situação de eficiência. No segundo tempo o adversário chutou para o gol e marcou. Enfrentámos equipas fortes e boas. Não jogamos sozinhos. O que difere dos últimos jogos tem a ver com o jogo do Juventude e com a nossa responsabilidade e atitude competitiva, que não tivemos nesse jogo. Hoje não posso falar nada dos jogadores, eles deram tudo para vencer o jogo. Foram 15 minutos de frustração. Não há tempo para lamentar”, disse António Oliveira, já de olho no duelo com o Argentino Juniors, pelo Campeonato Sul-Americano.
“A partir de agora precisamos converter rapidamente toda essa frustração em energia, porque temos um jogo importante na terça-feira, para nós será uma final e temos que estar preparados para vencer. Contra o Fortaleza, o resultado não reflete como foi o jogo. Contra o Red Bull Bragantino, o resultado também não reflete como foi o jogo. Contra o Atlético-MG também. Jogamos contra boas equipes em meio a um processo em que estamos construindo tudo do zero. Mas futebol não é dar desculpas, é obter resultados”, concluiu.