O canoísta Isaquias Queiroz fez história mais uma vez! Na manhã desta sexta-feira (9), o brasileiro ficou em segundo lugar na final do C1 1000m e ficou com prata na prova, cujo atual campeão foi justamente o atleta baiano.
A decisão foi marcada pela arrancada de Isaquias Queiroz, porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura, nos últimos 250 metros. Isso porque o baiano passou boa parte da prova alternando entre o quarto e o quinto lugar, dando a impressão de que estaria fora do pódio.
A reviravolta foi tanta que Isaquias Queiroz esteve perto de conquistar o bicampeonato consecutivo. Ele terminou a prova com o tempo de 3min44seg33, logo atrás do tcheco Martin Fuksa, com 3min43seg16, e um pouco à frente do terceiro colocado, o moldavo Serghei Tarnovschi, com 3min44seg68.
Isaquias Queiroz alcança quinta medalha olímpica, a primeira em Paris 2024
Foi a quinta medalha olímpica de Isaquias Queiroz, a 16ª do Brasil em Paris 2024. O canoísta havia conquistado três medalhas no Rio 2016: prata no C2 1000m, ao lado de Erlon Souza, prata no C1 1000m e bronze no C1 200m. Em Tóquio 2020, conquistou o ouro no C1 1000m.
“A sensação é de alívio, felicidade… muita felicidade. Não foi um ano fácil para mim e minha esposa. 2023 foi um ano diferente e especial, quando percebi o que não é ser campeão mundial e superatleta, mas sim ser um ser humano com problemas físicos e psicológicos. Eu tive que me recompor. Tive que correr muito para ficar em forma. Não é fácil ficar fora do pódio”, disse.
“Bem no final da prova, lembrei que meu filho pediu a medalha de ouro. Não consegui a medalha de ouro, mas estou feliz por poder subir ao pódio e agora vou entregar essa medalha para ele. Este é o meu presente para todos no Brasil. Muito obrigado por acreditar em mim. Sou muito grato a todos pelo reconhecimento. Hoje o Brasil inteiro sabe o que é canoagem de velocidade. Temos que mostrar os resultados para quem investe em nós. O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) nos ajudou ao longo dos anos. Então tive que sair com a medalha para ajudar o Time Brasil”, disse.
A final do C1 1000m foi a última chance de Isaquias Queiroz ganhar uma medalha nas Olimpíadas da França, já que terminou a decisão do C2 500m ao lado de Jacky Godmann na oitava colocação.
“Fiquei muito triste por não ter subido ao pódio nas duplas. É um peso que estou tirando dos ombros agora. Podendo chegar a Paris, ser medalhista de prata e porta-bandeira. É claro que ficamos tristes quando perdemos, vendo o nosso adversário vencer. Mas, acima de tudo, há respeito. Temos que aceitar quando perdemos. Isso não significa que somos ruins, apenas significa que eles foram melhores. Quem tiver as unhas maiores vence”, disse ele.
Isaquias Queiroz no panteão dos maiores medalhistas olímpicos do Brasil
Com a medalha nos Jogos de Paris 2024, a quinta em três participações olímpicas, Isaquias Queiroz tornou-se definitivamente um dos maiores medalhistas olímpicos do Brasil. A canoísta fica atrás da ginasta Rebeca Andrade, que, com seis pódios, lidera sozinha o ranking.
Ela terminou as Olimpíadas da França com quatro medalhas: bronze na final por equipes, prata no individual geral feminino, prata no salto e ouro no solo. Em Tóquio 2020, a ginasta brasileira havia conquistado ouro no salto e prata no individual geral.
Os velejadores Robert Scheidt e Torben Grael também conquistaram cinco medalhas olímpicas. Robert Scheidt ganhou ouro em Atlanta 1996 e Atenas 2004 e prata em Sydney 2000 na classe Laser. Depois, ao lado de Bruno Prada, conquistou a prata em Pequim 2008 e o bronze em Londres 2012 na classe Star.
Torben Grael conquistou o ouro em Atlanta 1996 e Atenas 2004 na classe Star, ambos com Marcelo Ferreira. Também conquistou prata em Los Angeles 1984 na classe Soling, com Daniel Adler e Ronaldo Senfft, e bronze na classe Star em Seul 1988, com Nelson Falcão, e Sydney 2000, com Marcelo Ferreira.
Brasileiros com mais medalhas olímpicas da história
- Rebeca Andrade (ginástica) — 2 ouros, 3 pratas e 1 bronze: total de 6 medalhas
- Robert Scheidt (vela) — 2 ouros, 2 pratas e 1 bronze: total de 5 medalhas
- Torben Grael (vela) — 2 ouros, 1 prata e 2 bronzes: total de 5 medalhas
- Isaquias Queiroz (canoagem) — 1 ouro, 3 prata e 1 bronze: total de 5 medalhas
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