Quase 50 desportos, incluindo alguns que foram descontinuados há muito tempo, como o jet ski e o cabo de guerra, fazem parte dos Jogos Olímpicos desde o início da era moderna de competição em 1896.
Em 2024, países e atletas competem em 32 desportos em 329 eventos nos Jogos Olímpicos de Paris. Isso é mais de três vezes o número de desportos apresentados nos primeiros Jogos Olímpicos modernos, realizados em Atenas, há 128 anos, de acordo com uma pesquisa da CNN.
Breaking é o esporte de estreia na edição deste ano. A competição acontecerá nos dias 9 e 10 de agosto. O desporto foi proposto pelo Comité Organizador dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 juntamente com o skate, a escalada desportiva e o surf – que estreou nos últimos Jogos Olímpicos de Verão em Tóquio – num esforço para atrair um público novo e mais jovem.
Apenas cinco modalidades apareceram em todas as 30 edições dos Jogos Olímpicos: esportes aquáticos, atletismo, ciclismo, esgrima e ginástica. Outros, como croquet e caratê, tiveram participações olímpicas muito mais curtas e foram descontinuados imediatamente após sua estreia.
Os desportos que registaram fortes retornos ao longo dos anos incluem tiro com arco, golfe, rugby e ténis. Esses quatro foram introduzidos nos primeiros anos dos Jogos, depois deixados de lado por mais de cinco décadas e depois reintroduzidos. Todos os quatro estão no programa 2024.
Como novos esportes são adicionados aos Jogos Olímpicos
O processo de inclusão de um esporte no programa olímpico é complicado e envolve uma longa lista de critérios, além de continuar sofrendo alterações. Após comprovar que atende a diversos requisitos de elegibilidade e conformidade, um esporte pode ser considerado e adicionado ao programa olímpico de duas maneiras: a forma tradicional pela qual é adicionado ao Programa Esportivo Inicial pelo Comitê Olímpico Internacional. E a forma mais recente, em que é acrescentada por proposta do país anfitrião.
Já se foi o tempo em que os países disputavam o local onde os Jogos seriam realizados. Nas últimas décadas, acolher os Jogos Olímpicos tornou-se um enorme fardo económico, custando às cidades milhares de milhões ou dezenas de milhares de milhões de dólares. Como resultado, os países anfitriões têm agora mais influência do que nunca para adicionar desportos ao programa olímpico.
“Há vinte anos, esse processo era muito mais rígido”, disse Taylor McKee, professor assistente de gestão esportiva na Universidade Brock, em Ontário, Canadá. “Agora é como, ‘Olha, se eles querem dançar break, vamos dar um jeito. Eles querem críquete, vamos dar um jeito”, acrescentou.
Em 2014, o COI adotou um conjunto de recomendações denominado “Agenda Olímpica 2020”, que abriu a porta para o Comitê Organizador de um país anfitrião recomendar esportes para serem incluídos em sua edição dos Jogos. O Comitê Organizador de Tóquio 2020 foi o primeiro a aproveitar essa possibilidade e adicionou com sucesso cinco novos esportes à programação daquele ano: beisebol/softbol, caratê, skate, escalada esportiva e surf. O skate e o surf, aliás, trouxeram sorte ao Brasil. Foram quatro medalhas conquistadas na estreia das duas modalidades, sendo uma delas de ouro.
Os critérios para decidir se um desporto deve ser adicionado ou rejeitado são extensos e abrangentes. Alguns são simples como a cota de atletas e dirigentes, mas outros nem tanto.
“Não é um processo fácil de entender. E esse é o objetivo”, disse McKee.
As adições às Olimpíadas de Los Angeles 2028 já estão sendo finalizadas. O Comitê Organizador LA 2028 propôs cinco novos esportes para o programa olímpico que foram aprovados pelo COI no final de 2023. A próxima edição dos Jogos contará com flag football e squash pela primeira vez na história olímpica. Também trará de volta o beisebol/softbol, o críquete e o lacrosse, este último retirado do programa olímpico após uma breve participação de dois anos no início do século XX.
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