Minutos depois de conquistar a medalha de prata olímpica na prova de marcha atlética de 20 km, o brasileiro Caio Bonfim falou sobre os anos em que recebeu insultos por praticar o esporte e agradeceu a Deus.
Treinado por pai e filho de uma oito vezes campeã brasileira de marcha atlética, Caio Bonfim reuniu forças em casa, mesmo que, fora dela, o preconceito tomasse conta de sua vida.
“Quando cheguei em 13º em Tóquio, disse para mim mesmo: ‘E aí, cara? É isso que você pode fazer, estar entre os 10 do mundo. É lindo, maravilhoso, mas você pode fazer mais’. Assumi um compromisso comigo mesmo, sabe?”, disse em entrevista ao canal CazéTV.
“O cara perguntou se essa prova era difícil. Eu disse: ‘Não, foi difícil desde o dia em que fui marchar na rua pela primeira vez e fui xingado’. Mas eu disse: ‘Estou pronto, pai, quero ser manifestante’. “Quando falei isso para meu pai, foi o dia em que decidi ser insultado sem ter problema. Pronto, deixei para esse dia”, completou.
Aos prantos, Caio Bonfim destacou o apoio da família desde o primeiro dia e relembrou as outras três participações em Jogos Olímpicos. Em Londres 2012, terminou longe do topo, apenas na 33ª posição. No Rio 2016, Caio acertou a trave e ficou em 4º lugar. Em Tóquio, o manifestante ficou em 13º lugar.
“São quatro Olimpíadas. Terminei em cadeira de rodas em 2012, fiquei em quarto lugar no meu país [2016]com minha família, 13º [em 2020] e, hoje, aqui, medalhista olímpico e poder dizer que esse momento é eterno. É preciso ter muita coragem para viver da caminhada atlética. Sou medalhista olímpico, valeu a pena pagar o preço”, disse.
Inspiração familiar
“Quando liguei a TV de madrugada em Pequim para ver o [José Alessandro] Baggio em 14º, Mário [José Júnior] em Sidney, o [Sérgio] Jovem Galdino em 1996, Olimpíada que minha mãe participou e não foi. Em 2012 eu falei: ‘Mãe, quem disse que você não é atleta olímpica?’. Hoje pude contar ao meu pai e à minha mãe que somos medalhistas olímpicos”, acrescentou Bonfim.
A força veio da “mão de Deus”
Durante a entrevista, Caio disse que sentiu a “mão de Deus” durante a prova, o que o motivou a conquistar a medalha mais importante de sua vida.
“Não é fácil. No meio da prova você olha um, dois, três, quatro, cinco. ‘Meu Deus, ainda estou em décimo, é hora de me mostrar aqui’. Você tem que lidar com tanta coisa , mas senti a mão de Deus me segurando e dizendo: ‘Vamos, cara.’ A corrida parece que estamos brincando de twerk, mas são 20km”, finalizou.
Pódio na marcha atlética
Brian Pintado, do Equador, conquistou a medalha de ouro. A medalha de bronze foi para o espanhol Álvaro Martín. Os brasileiros Max dos Santos e Matheus Correa terminaram em 28º e 39º, respectivamente.
Mãe atleta e pai treinador
Gianette Bonfim, mãe de Caio, foi atleta e oito vezes campeã de marcha atlética. Ela tinha classificação olímpica para participar dos Jogos Olímpicos de 1996, mas não competiu e foi a primeira apoiadora do filho no esporte. É treinado pelo pai, João Sena.
Caio treina no Distrito Federal, no estádio Augustinho Lima. Ele e sua família organizam e administram o Centro de Atletismo de Sobradinho, organizado pela família Bonfim.
Antes de se dedicar exclusivamente ao atletismo, Caio se aventurou em outro esporte. O brasileiro passou a integrar as categorias de base do Brasiliense, time do Distrito Federal.
Drama infantil
Caio teve que superar seu primeiro desafio de vida com apenas sete meses de idade. O atleta teve meningite aos sete anos, além de duas pneumonias. Por não serem derivados de laticínios devido à intolerância à lactose e à falta de cálcio, seus ossos ficam frágeis. O resultado foram pernas arqueadas.
Caio passou por uma cirurgia aos três anos e teve as pernas realinhadas. Os médicos consideraram difícil para o menino voltar a andar.
Caio é o principal nome da marcha atlética no Brasil. Ele está em sua quarta Olimpíada.
A vez
Caio começou a se dedicar à marcha atlética em 2007, aos 16 anos. O atleta dividia a formação do atletismo com o futebol.
Com o apoio dos pais, foi campeão brasileiro nas categorias de base. A evolução no esporte foi recompensada com conquistas inéditas como o 4º lugar no Rio 2016, além de destaque em Copas do Mundo e Jogos Pan-Americanos.
Aprova
O brasileiro iniciou a prova com o maior ritmo entre todos os atletas. Nos primeiros quilômetros ele assumiu a liderança e abriu vantagem sobre o pelotão atrás.
Neste momento, recebeu duas advertências do árbitro. Se ficasse em terceiro, sofreria uma penalidade de dois minutos e ficaria fora da disputa pelo pódio.
Por precaução, Caio Bonfim diminuiu o ritmo e permitiu a chegada do pelotão da frente. Foi onde permaneceu até a reta final da prova, ao lado dos principais competidores.
No quilômetro 14, o brasileiro voltou à liderança, acompanhando de perto os rivais. A partir daí, um pelotão menor foi formado. Caio Bonfim esteve entre os primeiros até o final, mas o equatoriano atirou no final para levar o ouro.
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