Na última sexta-feira, o Brasil encerrou sua participação na natação em piscina nos Jogos Olímpicos de Paris. E, pela terceira vez em 20 anos, sem medalhas.
O balanço é mais positivo para a vertente feminina da modalidade, que chegou a três finais e, apesar de não ter subido ao pódio, deixou boas indicações para o futuro. A natação masculina decepcionou.
No total, a seleção brasileira de natação chegou a apenas quatro finais em Paris. Esta, aliás, é a pior campanha desportiva do país neste século. Nas Olimpíadas do Rio 2016, por exemplo, o Brasil também não conquistou medalhas, mas participou de nove provas decisivas.
Natação feminina supera polêmicas para conquistar recordes e bons resultados
A natação feminina brasileira mostrou força no primeiro dia de competição. Maria Fernanda Costa, a Mafê, foi bem na classificação e se classificou para a final dos 400m livres, algo que não se repetia desde 1948, com Piedade Coutinho.
Na decisão, Mafê, tratado como um dos expoentes desta geração, ficou na sétima posição. Ela foi apenas a sexta nadadora brasileira a participar de uma final olímpica de prova individual. Em sétima ficou Beatriz Dizotti, que levou o Brasil à decisão inédita dos 1.500m livre, terminando na sétima colocação.
Como grupo, as mulheres na natação também alcançaram resultados importantes. A equipe formada por Mafê, Gabrielle Roncatto, Maria Paula Heitmann e Stephanie Balduccini classificou novamente o país no revezamento 4x100m após 20 anos. A última vez foi em Atenas, 2004.
Na final, as meninas ficaram em sétimo lugar. Destaque, porém, para Mafê, que quebrou o recorde sul-americano na volta.
Para alcançar esses resultados, a natação feminina teve que superar uma polêmica envolvendo Ana Vieira, nadadora que foi expulsa das Olimpíadas após cometer um ato de indisciplina. Ele saiu da Vila Olímpica sem autorização e, ao ser punido, confrontou a direção da modalidade de forma “desrespeitosa e agressiva”, segundo o COB.
Preocupações com a natação masculina
Do lado masculino, Guilherme Costa, o Big Dog, foi o único representante brasileiro em decisão nas piscinas parisienses. Participou da final dos 400m livres e fez o melhor tempo da sua vida (3m42s76), além de bater o recorde do Pan-Americano, mas não subiu ao pódio. O desempenho da nadadora lhe renderia medalha nos dois últimos Jogos.
Havia certa expectativa para Guilherme Caribé, principal velocista da natação masculina, nas provas de 100m e 50m livre. Ele, porém, nem chegou às finais dessas categorias.
As equipes masculinas de revezamento também decepcionaram e não tomaram a decisão, assim como a equipe mista, que fez o último tempo entre as duas baterias na prova classificatória 4x100m, na última sexta-feira.
Fora de temporada, o Brasil foi a Paris com uma equipe mais enxuta, com apenas 18 nadadores. Esta, aliás, foi a menor equipe do país nas Olimpíadas do século. Nomes mais experientes, como Guilherme Guido, João Gomes e Leonardo de Deus, não conseguiram vaga no torneio, assim como Bruno Fratus, medalhista em Tóquio 2020, que não disputou as eliminatórias por motivos médicos.
Agora há esperança de medalhas na natação fora das piscinas. Na maratona aquática, por exemplo, a brasileira Ana Marcela Cunha, medalhista de ouro em Tóquio 2020, é uma das esperanças. A prova acontece na próxima quinta-feira, a partir das 2h30 (horário de Brasília) da manhã.
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