O Brasil confirmou o seu favoritismo e em 2027 organizará a primeira Copa do Mundo feminina na América do Sul, aproveitando o legado da Copa do Mundo masculina de 2014 e com o objetivo de promover a inclusão e a igualdade no esporte.
Dirigentes da FIFA, reunidos em congresso na Tailândia, escolheram esta sexta-feira (17) com 119 votos a favor e 78 contra designar a organização da 10ª edição da competição ao Brasil, que já era o favorito na competição com a candidatura conjunta da Holanda, Bélgica e Alemanha.
Criada por uma seleção majoritariamente feminina, a candidatura brasileira destacou o legado da Copa do Mundo masculina, o desenvolvimento e evolução do futebol feminino no país e a figura da “rainha” Marta, considerada a melhor jogadora de todos os tempos, que foi embaixador do projeto. A escolha do Brasil foi comemorada pelo jogador.
“Hoje acordei com uma excelente notícia. Tenho certeza que a Copa do Mundo Feminina de 2027 será um sucesso e o povo brasileiro, como sempre, estará de braços abertos para receber a comunidade global do futebol”, disse Marta no Instagram.
Por sua vez, o ministro do Esporte, André Fufuca, disse que “o Brasil está pronto” para realizar uma Copa do Mundo que será também “para toda a América do Sul”.
“Os jogadores servirão de inspiração para as gerações futuras e ajudarão o Brasil a criar um impacto positivo duradouro na sociedade, promovendo a inclusão, a diversidade e a igualdade no esporte”, afirmou Fufuca em comunicado.
O Brasil propôs uma Copa do Mundo “ambientalmente, financeiramente e socialmente sustentável”, de acordo com o projeto. A aplicação destacou a experiência de grandes eventos anteriores, o que permitiu já preparar uma estrutura. Dez das 12 cidades que sediaram a Copa do Mundo masculina em 2014 sediarão jogos em 2027.
O Maracanã, no Rio de Janeiro, será sede do jogo de abertura e da final. As outras sedes serão São Paulo, Brasília, Recife, Fortaleza, Manaus, Belo Horizonte, Cuiabá, Salvador e Porto Alegre, que vive atualmente a pior catástrofe climática de sua história.
Mais direitos, mais fãs
“Esperamos vocês em casa, Copa do Mundo Feminina!” comemorou a Seleção Brasileira de Futebol Feminino na plataforma X, com um vídeo dos representantes da candidatura comemorando o anúncio da FIFA no congresso na Tailândia.
Como sede do torneio em 2027, o Brasil também estuda programas para incentivar a presença feminina no esporte tanto no país quanto em toda a América do Sul.
Outro objetivo é promover os direitos das mulheres, com debates e ações para proteger jogadoras, treinadores, jornalistas, trabalhadores, voluntários e torcedores. Atualmente, estima-se que cerca de 840 mil meninas, jovens e mulheres joguem futebol no Brasil, das quais 7 mil o fazem em nível competitivo.
Em vídeo de divulgação de sua candidatura, Marta destaca que “jogar uma Copa do Mundo em casa é o sonho de tantas meninas no Brasil”.
Outro pilar da proposta é incentivar uma nova geração de torcedores para o futebol feminino. Estima-se que cerca de 68 milhões de brasileiros assistiram à Copa do Mundo Feminina de 2023 pela televisão e que mais de 7 milhões assistiram à Copa Libertadores feminina online.
Como país-sede, o Brasil tentará vencer a primeira Copa do Mundo feminina de sua história. Em 2007 a equipe foi vice-campeã e em 1999 terminou na terceira colocação.