Idade, carreira como jogadores ou história como treinador: um abismo parece separar Carlo Ancelotti (Real Madrid) e Edin Terzic (Borussia Dortmund) antes da grande final do Liga dos Campeõesno sábado.
O duelo em Wembley abrilhantará ainda mais a carreira de uma lenda viva do futebol atual ou consagrará um representante da nova geração de treinadores?
Ancelotti luta pela sua 7ª Liga dos Campeões
Aos 64 anos, o italiano Ancelotti não tem nada a provar e no sábado pretende somar o sétimo título continental à sua longa e vitoriosa carreira no futebol. Ele ergueu o troféu duas vezes como jogador, em 1989 e 1990, como membro da equipe liderada por Arrigo Sacchi no lendário time do Milan formado pelos jogadores holandeses Marco Van Basten, Ruud Gullit e Frank Rijkaard.
A sua carreira de jogador estendeu-se de 1976 a 1992, inteiramente em Itália, com equipas de prestígio (Parma e, sobretudo, Roma e Milan).
Como treinador, conquistou quatro Ligas dos Campeões, duas pelo Milan (2003 e 2007) e outras duas pelo Real Madrid (2014 e 2022).
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A estes junta-se outra longa lista de troféus e a honra de ter conquistado campeonatos nacionais nas cinco principais ligas europeias, graças às suas passagens pelo Milan, Chelsea, Paris Saint-Germain, Bayern Munique e Real Madrid.
Mas apesar da experiência, Ancelotti garante que a ansiedade nos momentos decisivos continua presente. “Os preparativos para os grandes jogos são sempre semelhantes. Há felicidade em estar lá e depois vem o nervosismo ou os medos”, disse ele na contagem regressiva para a final em Wembley.
Edin Terzic, aprendiz de Klopp
A carreira de Terzic, de 41 anos, está a anos-luz da do ‘mestre’ italiano. Nasceu em Menden, a 45 quilómetros de Dortmund, numa família de trabalhadores migrantes dos Balcãs, com pai originário da Bósnia e mãe croata.
Sempre foi torcedor do Borussia Dortmund e aos 14 anos comemorou o único título de campeão europeu do clube, em 1997, como integrante da ‘Muralha Amarela’. Ele ainda foi com o irmão ao aeroporto para receber os jogadores.
Como jogador, jogou em equipas ‘amadoras’ e de divisões inferiores, muito diferentes de Ancelotti, e começou a crescer como treinador no Dortmund.
Primeiro com a ajuda de Hannes Wolf, que o contratou como auxiliar nas categorias de base do Dortmund, onde jogou com o então promissor Antonio Rüdiger, que será seu adversário na final de sábado.
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Terzic também passou informações diretamente a Jürgen Klopp, então técnico do time titular, sobre a evolução de jovens jogadores promissores. Sob o comando do croata Slaven Bilic, ele foi assistente no Besiktas turco e no clube inglês West Ham, suas únicas experiências fora da Alemanha, e depois voltou para casa, em Dortmund.
Ele treinou o time titular interinamente em 2021, levando ao título da Copa da Alemanha daquele ano, seu único troféu até o momento.
Em meados de 2022, foi nomeado treinador principal e nessa primeira temporada completa quase venceu a Bundesliga, mas na última rodada o Dortmund falhou quando tinha tudo a seu favor e terminou com um amargo vice-campeonato.
Nesta temporada, Terzic correu risco de ser demitido antes do Natal, quando o time passou por uma fase ruim (7 pontos em 24 possíveis), mas se manteve na posição.
Na Bundesliga, o Dortmund terminou em quinto lugar e está classificado para a próxima Liga dos Campeões, mas chegar à final em Londres dá uma nova dimensão à sua temporada e pode fazer história.
“Tenho o maior respeito por Ancelotti, mas estamos preparados para a final. É normal ficar nervoso antes de um jogo como este, mas tenho plena confiança na minha equipa”, alertou Terzic na terça-feira, no ‘Media Day’ antes do final.