Algumas inovações tecnológicas chamaram a atenção na primeira rodada do Europeu, que começou na última sexta-feira (14), com a seleção anfitriã, a Alemanha, vencendo a Escócia por 5 a 1.
Na partida entre Bélgica e Eslováquia, o jogo foi decidido com ação direta do microchip presente na bola: graças à tecnologia, dois gols foram anulados. Apresentada como extremamente tecnológica, a bola Fussballiebe (“amor ao futebol”, na tradução) possui sensores em sua superfície para auxiliar os árbitros na tomada de decisões em campo, como foi o caso no confronto.
Chip na bola
Aos 10 minutos do segundo tempo, a tecnologia da bola teve seu primeiro papel ao ajudar a anular um gol. O atacante Lukaku marcou após cobrança de escanteio, mas o VAR determinou impedimento e contou com o sensor para identificar o momento exato do toque do jogador para traçar as linhas que indicavam a posição irregular.
Aos 41 minutos, a interferência dos chips foi mais direta naquele que seria o golo do empate, novamente de Lukaku. Na ocasião, o atacante Openda criou a jogada após um leve toque de mão, que foi identificado pelo sensor. Durante a transmissão da partida, um gráfico semelhante a um eletrocardiograma foi exibido para mostrar o momento exato do toque, auxiliando também o árbitro de campo na revisão do VAR.
“É muito bom ver inovações como essa em operação, pois aumentam a transparência da concorrência. É um desafio para o futebol brasileiro entender como poderá absorver essas tecnologias o mais rápido possível, afinal elas apenas agregam valor ao produto. Deve ser visto mais como um investimento do que como um custo para os clubes e para quem organiza os campeonatos”, analisa Bruno Maia, especialista e empreendedor na área de tecnologia e conteúdo para esporte, por meio do Feel The Match.
Inteligência artificial
Um programa alimentado por inteligência artificial tem sido utilizado para determinar com mais facilidade casos de impedimento. O sistema é responsável por rastrear automaticamente todo o corpo dos jogadores e, caso seja identificado o impedimento, a cabine do VAR é avisada. Cada estádio possui 10 câmeras para isso.
“Quanto mais tecnologia colaborar com a igualdade no esporte, melhor. É uma grande evolução e a indústria do futebol precisa ver isso como uma ferramenta que vai melhorar todo o produto como um todo”, confirma Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo.
A tecnologia Hawk-Eye (“olhos de falcão”, na tradução), que já é utilizada em grandes competições internacionais, também está presente na Alemanha. O sistema monitoriza as linhas de golo através de sete câmaras para determinar se um golo é válido e está disponível em todos os estádios da Eurocup.
“O uso de diversas tecnologias no esporte não só ajuda a garantir justiça nas decisões, mas também é uma excelente oportunidade para patrocinadores do segmento de tecnologia demonstrarem sua expertise por meio desses cases de grande repercussão”, destaca Ivan Martinho, professor de marketing esportivo da ESPM.
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