Após sorteio realizado nesta segunda-feira (3), as oitavas de final da Copa Libertadores terão confronto entre Palmeiras e Botafogo, times que viram a rivalidade crescer após confrontos públicos entre seus gestores nos últimos meses.
Por um lado, o dono da SAF alvinegra, John Textor, denunciou suposta manipulação de resultados em jogos que teriam beneficiado o rival alviverde. Ele está irredutível desde que o time sofreu uma reviravolta histórica contra o rival na Série A no ano passado.
Do outro lado, a presidente Leila Pereira refutou veementemente as acusações, chegando a chamar o norte-americano de “desgraça para o futebol brasileiro”.
Conflitos na Justiça
Desde então, a relação entre as duas partes se entrelaçou em uma trama que envolve constantes trocas de farpas e ações judiciais na Justiça Comum e também na Justiça Desportiva.
A primeira ação, nesse âmbito, foi movida pelo Palmeiras, que entrou com uma ação em abril deste ano no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
O clube pediu a punição do dono da SAF do Botafogo pelas declarações em que indicou o suposto favoritismo nos resultados do clube alviverde.
No final do mês passado, Textor, dono da SAF do Botafogo, processou o presidente do Palmeiras por injúria e difamação. O caso tramita na 30ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). O empresário exige indenização no valor de R$ 100 mil.
CPI para Manipulação de Resultados
Nesta quarta-feira (5), a presidente Leila Pereira deve prestar depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas.
No mês passado, Textor prestou depoimento às autoridades em Brasília e reforçou as acusações. Segundo a norte-americana, a manipulação foi 100% confirmada por especialistas e também pela inteligência artificial. As provas desta acusação não foram tornadas públicas desde então.
Textor acredita que cinco jogadores do São Paulo manipularam o resultado da partida com o Palmeiras, da Série A do Campeonato Brasileiro do ano passado.
Na ocasião, o Tricolor foi goleado por 5 a 0 no Allianz Parque, em duelo válido pela 29ª rodada da competição. Foram essas acusações, aliás, que alimentaram a abertura da CPI.
Virada histórica no Botafogo, o começo de tudo
Em jogo emblemático, que ficou marcado como um dos principais da campanha do bicampeonato brasileiro do Palmeiras no ano passado, o Verdão conseguiu uma reviravolta histórica sobre o Botafogo, no estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro.
O Alvinegro vencia a partida por 3 a 1, quando o zagueiro Adryelson foi expulso no início do segundo tempo. O atacante Tiquinho Soares ainda teve a chance de aumentar o placar de pênalti, mas desperdiçou o pênalti.
Em seguida, o Palmeiras conquistou a vitória com gols aos 39, 44 e 49 minutos da etapa final, abrindo caminho para a nova copa nacional.
“Isso é corrupção”
Mas, após essa partida, John Textor prestou declarações ao Sportv, atacando a arbitragem da partida.
“O mundo inteiro viu, isto não é um cartão vermelho. Ele (Adryelson) pegou a bola primeiro. Nem tenho certeza se foi uma falta. Mas não é cartão vermelho, ele mudou o jogo. Isso é corrupção, isso é roubo”, disse.
“Por favor, me multe, Ednaldo (presidente da CBF), mas você precisa pedir demissão amanhã de manhã. É isso que precisa acontecer. Esse campeonato virou piada. Ninguém merece isso, esses palmeirenses não querem ganhar assim, nós não queremos perder assim”, completou.
Por essas declarações, o americano foi suspenso por 45 dias e multado em R$ 100 mil.
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