O Brasil faz sua melhor campanha na história dos Mundiais de Atletismo Paralímpico. As vitórias da paraense Fernanda Yara na final dos 400m T47 (para amputados de braço) e do maranhense Bartolomeu Chaves nos 400m T37 (paralisia cerebral) levaram o país a 16 pódios de ouro, mesmo feito na edição Lyon 2013.
Os dois pódios de ouro também fizeram o Brasil continuar perseguindo a líder China no quadro geral de medalhas, com apenas um ouro a menos que os chineses – estão em 16 a 17. Os brasileiros ainda têm seis pratas e cinco bronzes, enquanto os asiáticos têm 14 pratas e 14. bronze.
Atual campeã mundial da prova Paris 2023, Fernanda Yara largou atrás nos 400m T47 feminino, mas nos 250 metros finais conseguiu superar a húngara Petra Luteran, que ficou com o bronze, e a venezuelana Lisbeli Andrade, que ficou com a prata, e cruzou a linha terminando na frente, com 57s35.
O momento foi o melhor da temporada para a atleta que tem uma malformação congênita no braço esquerdo, abaixo do cotovelo. Outra brasileira envolvida na disputa, a gaúcha Maria Clara Augusto completou a distância na quinta colocação, com 59,20, estabelecendo também sua melhor marca da temporada.
“A vitória é de todos os envolvidos comigo, sejam treinadores, patrocinadores e familiares. Os 400m não é uma corrida fácil. Treinamos muito. O tempo não foi o esperado, mas os treinos continuam. Agora quero ser campeã paralímpica”, pontuou Fernanda, que tem mais uma medalha no Mundial: o bronze no revezamento 4x100m em Paris 2023.
Bartolomeu Chaves, do Maranhão, conseguiu melhorar o desempenho anterior – havia sido bronze em Paris 2023 – e conquistou seu primeiro ouro em Mundiais. Nos 400m T37, ele marcou 50s74 e registrou seu melhor índice da carreira.
A prova teve um final emocionante, quando o brasileiro quase foi pego pelo atleta neutro Andrei Vdovin, que era medalhista de prata, com 50s84. O tunisino Amen Tissaoui completou o pódio, terminando em 51s32.
“Sentimento muito bom. Me senti muito cansado, mas como é uma medalha de ouro todo esforço é bem vindo. É um teste muito difícil, você tem que ir [da largada] muito forte e, nos 200 metros finais, aumenta ainda mais o ritmo. Mas deu tudo certo”, analisou.
Ainda esta manhã no Japão (noite no Brasil), o gaúcho Aser Ramos avançou à final dos 100m T36 (paralisia cerebral) com o sétimo melhor tempo (12s46). A disputa pelas medalhas será às 22h29 (horário de Brasília) desta quarta-feira, 22.
A paranaense Aline Rocha, em sua terceira prova na competição, se classificou para a final dos 100m T54 (que compete em cadeira de rodas). Ela terminou a prova em 18s10 e avançou com o oitavo melhor tempo. A decisão será às 5h23 (horário de Brasília) desta quarta-feira, 22.