O quinto dia de competições da Copa do Mundo de Atletismo, que acontece em Kobe, no Japão, até o dia 25, foi reservado às atletas femininas do Brasil. No total, os brasileiros conquistaram duas duplas e subiram ao pódio cinco vezes, sendo dois ouros, uma prata e dois bronzes, o total do país nesta terça-feira, 21.
além da vitória da baiana Raissa Machado no lançamento de dardo F56 (que compete sentado) na noite de segunda-feira (no Brasil), dia 20, Jerusa Geber, do Acre, foi a outra medalhista de ouro do país na noite japonesa.
Ela conquistou seu terceiro título na prova de 100m na classe T11 (deficiência visual). Lorena Spoladore, paranaense, ficou em terceiro lugar na mesma competição e ficou com o bronze. Lorraine Aguiar, do Espírito Santo, e Ketyla Teodoro, de Rondônia, completaram a outra dobradinha brasileira nos pódios nos 400m T12 (deficiência visual).
Com essas vitórias, o Brasil igualou o número de medalhas de ouro da sua campanha na Copa do Mundo de Paris 2023, com 14 no total, e está a apenas duas da melhor campanha da história, quando conquistou 16 medalhas de ouro em Lyon 2013.
Assim, os brasileiros continuam disputando a liderança no quadro geral de medalhas com os chineses. Além dos pódios de ouro, a seleção brasileira conquistou seis pratas e cinco bronzes. Os asiáticos têm 15 ouros, 13 pratas e 13 bronzes.
O terceiro título de Jerusa, que nasceu cega, em Rio Branco (AC), veio com muita emoção e a brasileira ultrapassou o adversário chinês Cuiqing Liu nos últimos cinco metros da prova. Com isso, ela finalizou a distância em 11,93, à frente da asiática, que fez 12,00, e de Lorena, em 12,26.
Com a vitória, a velocista acreana alcançou a décima medalha em Campeonatos Mundiais de Atletismo, sendo a maior medalhista da delegação brasileira em Kobe. Até o momento, são cinco ouros e cinco pratas.
“Os 100 metros são a prova mais emocionante da competição. É o mais rápido do mundo. Minha largada não foi das melhores, mas durante a corrida conseguimos nos recuperar. Minha mãe e meu marido estão nas arquibancadas. Isso me motivou ainda mais. É minha décima medalha em Copa do Mundo e meu terceiro campeonato. Mais uma medalha para nossa coleção. Não tenho palavras para explicar a emoção. Obrigado pelo apoio de todos”, comemorou Jerusa, que ainda correrá os 200m T11 às 21h56 (horário de Brasília) nesta quarta-feira, 22,
Lorena, que tinha glaucoma congênito, conquistou sua sexta medalha mundial desde Lyon 2013.
“Este bronze tem gosto de ouro. No ano passado, tudo o que aconteceu em Paris 2023 foi muito triste. O retorno foi muito difícil. E agora chegou a nossa recompensa”, disse Lorena, referindo-se à queda que sofreu na mesma prova do ano passado, na capital francesa.
Já Lorraine Aguiar, do Espírito Santo, conseguiu conquistar uma medalha mundial pela primeira vez na carreira. Ela conquistou a prata nos 400m T12, com 58,26, seu melhor tempo pessoal. O segundo pódio duplo do Brasil foi com Ketyla Teodoro, que também estreou nos pódios mundiais, com 1min00s21.
Outro brasileiro envolvido nas finais desta manhã no Brasil foi Edenílson Floriani (F42), de Santa Catarina. Na decisão do lançamento do dardo F42/F64 (com deficiência de membros inferiores), terminou na sexta colocação, com 57,46m. O vencedor da prova foi o Indian Sumit (F64), com 69,50m.
Também na noite desta segunda-feira, a paraense Fernanda Yara e a paraense Maria Clara Augusto avançaram à final dos 400m T47 (para atletas com braço amputado) com tempos de 58,14 e 1min00,42, respectivamente.
Fernanda, que fez o melhor tempo nas eliminatórias, é a atual campeã da competição e buscará o bicampeonato. A final acontece às 22h (horário de Brasília) desta terça-feira, 21.
Bartolomeu Chaves, do Maranhão, também garantiu vaga nos 400m T37 (paralisia cerebral) com o tempo de 53s00, a velocidade mais rápida nas etapas classificatórias da prova. A disputa pela medalha acontecerá às 22h08 (horário de Brasília) desta terça-feira.
A Copa do Mundo no Japão acontece no mesmo ano dos Jogos Paralímpicos Paris 2024, depois que o Comitê Organizador Local (LOC) solicitou ao Comitê Paralímpico Internacional (IPC) o adiamento da Copa do Mundo, que seria em 2021, devido à pandemia do coronavírus. Com isso, a cidade japonesa sediará a prova de atletismo no ano seguinte à Copa do Mundo Paris 2023, quando o Brasil teve seu melhor desempenho da história em Copas do Mundo. Foram 47 medalhas no total, sendo 14 de ouro, 13 de prata e 20 de bronze.