O Brasil brilhou na abertura da Copa do Mundo de Atletismo que acontece em Kobe, no Japão, até o dia 25 de maio. Entre as conquistas, destacam-se o tetracampeonato de Petrúcio Ferreira nos 100m classe T47 (amputados de braço) e o ouro inédito do amapaense Wanna Brito no lançamento do clube F32 (pacientes com paralisia cerebral). O primeiro dia também contou com a medalha de bronze do São Paulo. Giovanna Boscolo também lançou o clube, conquistando a terceira dobradinha brasileira na competição.
Com mais essas três medalhas, o país encerrou o primeiro dia de competição no Japão na primeira colocação do quadro geral de medalhas, com oito pódios, sendo quatro de ouro, três de prata e um de bronze. Na noite anterior (manhã no Japão), os brasileiros haviam conquistado cinco medalhas. A China terminou sua estreia em segundo lugar, com seis medalhas (duas de ouro, duas de prata e dois de bronze). Em Paris 2023, a seleção brasileira havia conquistado três pódios em sua estreia na competição.
Petrúcio, que se classificou para a final da prova com o melhor tempo nas eliminatórias (10s82), venceu pela quarta vez a prova dos 100m T47 após as medalhas de ouro em Londres 2017, Dubai 2019 e Paris 2023. A hegemonia de sete anos foi mantida com o tempo de 10s83, superando o polonês Michal Derus, que foi medalhista de prata após ser mais rápido que o chinês Wang Hao na casa dos milésimos – foram 10s88,877 ante os 10s88,878 do asiático.
Este também foi o sexto ouro do velocista na história da competição, com vitórias nos 400m em Dubai 2019 e nos 200m em Londres 2017. Outro brasileiro envolvido na final, o carioca Washington Nascimento Júnior, completou a distância na sexta colocação, com 11s09.
“O trabalho que construímos antes de chegar nessas grandes competições. E poder entregar isso 100% me deixa muito feliz. Depois de 11 anos de carreira, acabo ficando um pouco mais ansioso. A classe T47 é uma das classes que mais tem crescido no paradesporto e o teste mostrou isso. Ser o atleta mais rápido do mundo é ser inspiração e exemplo para outras pessoas e outros atletas”, disse Petrúcio Ferreira, que aos dois anos sofreu acidente com triturador de grama e perdeu parte do braço esquerdo, abaixo do cotovelo .
O amapaense Wanna Brito conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil nas provas de campo. No lançamento do clube F32, ela alcançou 26,66m e garantiu o primeiro título mundial da carreira, já que havia sido medalhista de prata em Paris 2023. A atleta também selou o novo recorde da competição, que foi de 24,45m, registrado pela tunisina Maroua Ibrahmi em Dubai 2019.
Como bônus, o país conquistou o terceiro pódio duplo na estreia. Giovanna Boscolo, de São Paulo, estreando em Mundiais, arremessou o clube em 24,35m e ficou com o bronze. O mesmo Maroua Ibrahmi, da Tunísia, terminou com a prata, com 26,60m.
“Deu certo, conseguimos repetir o que estávamos treinando. No meio da corrida comecei a sentir muito frio e tive que ficar batendo na perna para me aquecer. Mas aí consegui me recuperar e jogar o ouro. Estou muito grato por tudo. Trabalhei duro para que isso acontecesse. Estou muito emocionado”, acrescentou Wanna, que foi diagnosticada com paralisia cerebral no momento do nascimento.
No final do dia, no Japão, também aconteceram as semifinais dos 400m femininos T11 (deficiência visual). A gaúcha Thalita Simplício, atual campeã mundial da prova, venceu a bateria com o tempo de 58s45 e se classificou para a final com o terceiro melhor tempo da competição. A final será às 5h33 (horário de Brasília) de domingo, dia 19.
Nas eliminatórias dos 100m da classe T37 (paralisado cerebral), Ricardo Mendonça, atual campeão mundial, do Rio de Janeiro, e Edson Cavalcante, do Acre, avançaram para a prova final com tempos de 11,49 e 11,67. A disputa pelas medalhas será às 6h12 (horário de Brasília) deste sábado, 18.