REINO DO PLANETA DOS MACACOS
(12A) 145 minutos
★★★☆☆
NA selva de Hollywood, poucos grandes filmes foram explorados de forma tão implacável quanto Planeta dos Macacos, de Charlton Heston.
Desde aquele clássico de 1968, variações do título incluem Beneath The, Escape From The, Conquest Of The, Battle For The, Rise Of The, Dawn Of The e War For The.
Durante esse tempo, a principal evolução foi nos efeitos especiais, e não no enredo.
A história das origens, que começou em 2011 com o brilhante Rise, liderado por James Franco, foi um grande avanço nas imagens geradas por computador, onde os macacos pareciam 100% verossímeis em todos os momentos.
Esse continua a ser o principal ponto de venda em Kingdom Of, onde é impossível ficar impressionado com o quão realistas são esses símios simulados.
Você realmente sente que pode ver as almas desses macacos projetados digitalmente.
Quanto à história, porém, ela permanece basicamente a mesma – os macacos e os humanos precisam encontrar uma maneira de coexistir.
É tão provável quanto a convivência da Família Real.
Nesta última instalação, o líder dos macacos, César, faleceu e, várias gerações depois, seu decreto de que macaco não deve matar macaco foi esquecido.
Estamos agora na era da guerra dos gorilas, desculpe!, já que os mais fortes da espécie primata estão determinados a fazer outras espécies se curvarem à sua vontade.
O personagem principal é o jovem chimpanzé Noa, cuja pacífica vila é invadida por gorilas mais avançados.
Ele deve libertar seus amigos e, durante essa missão, faz amizade com o orangotango zen Raka e a humana Mae, interpretada por Brit Freya Allan.
Há momentos divertidos, como o espanto dos macacos ao ver que um humano fraco consegue falar.
Mas a falta de interação humana pode ser a ruína deste império cinematográfico.
Além de Mae, o único outro homo sapien que fala é o traiçoeiro Trevethan de William H Macy, e ele aparece brevemente.
O que manteve o trio anterior de filmes do Planeta girando tão bem foram atores de classe como Woody Harrelson, Gary Oldman e Brian Cox em papéis humanos.
Freya é bastante impressionante, mas é prejudicada pela falta de um diálogo decente.
Se os filmes futuros não aumentarem a participação humana, em breve poderemos ver um intitulado O Fim do Planeta dos Macacos.
CONCESSAR ROLAMENTOS
NOTÍCIAS DO FILME
FEITO NA INGLATERRA
(12A) 131 minutos
★★★★☆
QUANDO tive o prazer de conhecer Martin Scorsese, ele passou boa parte da entrevista falando sobre os cineastas britânicos Michael Powell e Emeric Pressburger.
Este documentário mostra a profundidade da obsessão do diretor americano.
Powell e Pressburger criaram filmes inovadores na década de 1940, como Os Sapatos Vermelhos, A Vida e a Morte do Coronel Blimp, Narciso Negro e Uma Questão de Vida ou Morte.
Mas durante muitos anos foram largamente esquecidos na Grã-Bretanha, ao ponto de Powell mal conseguir pagar as suas contas de aquecimento.
O nova-iorquino Scorsese levou seu herói para os EUA na década de 1970 e o colocou de volta no mundo do cinema.
Durante mais de duas horas neste documentário ele analisa e fala com paixão sobre todos os aspectos do trabalho de Powell e Pressburger.
Para os cinéfilos, isso será uma alegria, revelando quase tanto sobre o famoso diretor quanto sobre os homens de quem ele fala.
É duvidoso que seja tão divertido para quem não está familiarizado com Powell e Pressburger.
Mas, assim como a dupla de cineastas, Made In England merece atenção.
GR
A QUIMERA
(15) 133 minutos
★★★★☆
DESDE que interpretou o então Príncipe Charles em The Crown, Josh O’Connor está em alta, com papéis importantes em Challengers e La Chimera.
Neste último, ele interpreta um arqueólogo britânico que se tornou rebelde na Itália dos anos 1980.
E a escritora e diretora Alice Rohrwacher apresenta uma história deliciosamente pitoresca para o Arthur de O’Connor navegar.
Ele é indiferente, muitas vezes mal-humorado, mas capaz de desarmar com charme.
Ah, e ele tem o dom de encontrar tumbas etruscas antigas para seus companheiros roubarem e venderem artefatos.
No decorrer da história, ele conhece Italia (Carol Duarte), uma estudante e empregada doméstica não remunerada da professora de canto Flora (Isabella Rossellini).
Flora é a mãe do amante ausente de Arthur e de várias outras filhas que desejam transferi-la de sua casa em ruínas para uma casa de repouso.
O roteiro espirituoso de Rohrwacher revela as tensões nos relacionamentos enquanto os personagens lutam para se livrar do passado.
Existem camadas maravilhosas de história em jogo.
A belíssima cinematografia de Helene Louvart captura a sublime mundanidade deste cenário tradicional italiano e o realismo mágico dos sentidos aguçados e melancólicos de Arthur.
HANNA FLINT