O cantor, compositor e escritor Chico Buarque completa 80 anos nesta quarta-feira (19). Considerado um dos maiores nomes da música brasileira, Chico possui trabalhos marcantes na música, na literatura e no teatro. Abaixo, relembre os principais pontos da carreira e da vida pessoal do artista.
Nascido no Rio de Janeiro em 19 de junho de 1944, Francisco Buarque de Hollanda — seu nome completo — mudou-se para São Paulo com apenas dois anos de idade. Após um período em Roma, na Itália, para onde foi morar com a família em 1952, Chico retornou a São Paulo em 1954. Na capital paulista, estudou no Colégio Santa Cruz onde deu os primeiros passos nas artes por participando de um show. O artista ingressou na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU – USP), onde estudou até o terceiro ano do curso.
Em 1966, lançou seu primeiro disco: “Chico Buarque de Hollanda”, com composições próprias. O álbum continha músicas que mais tarde se tornariam clássicos da música brasileira, como “A banda” e “Tem mais samba”.
Discografia
Chico ganhou destaque no cenário musical com seu primeiro álbum de estúdio. O álbum ainda rendeu ao artista um prêmio no Festival de Música Popular Brasileira com a música “A banda”.
A estética do primeiro projeto até viralizou e circula nas redes sociais até hoje em forma de meme. Isso porque a foto da capa traz duas imagens, lado a lado, da cantora séria e sorridente.
Segundo Chico, isso aconteceu porque a gravadora queria uma foto dele sorrindo, mas ele queria falar sério — e não chegaram a um acordo.
Nos anos seguintes, o músico lançou outros discos que também levam seu nome. “Chico Buarque de Hollanda – vol. 2”, em 1967, “Chico Buarque de Hollanda” e “Chico Buarque de Hollanda – vol. 3”, de 1968 e “Chico Buarque na Itália” e o LP (compact disc) com Sérgio Bardotti, “Chico Buarque de Holanda autointitulado, em 1969.
Outros CDs foram lançados pela Buarque. Foi o caso de obras como “Umas e outros” (1969) e “Apesar de Você” (1970).
Em 1976, Chico conquistou seu primeiro disco de ouro, o que significa que foi bem recebido pelo público. Para atingir esse marco, os artistas precisam vender mais de 41 mil exemplares físicos. Intitulado “Meus Caros Amigos”, o álbum conta com a participação de Milton Nascimento na faixa “O Que SER? (A Flor da Terra)” e traz também diversas músicas compostas por Chico para peças e filmes, como “A Noiva da Cidade”, do filme de mesmo nome.
Outros discos do músico que são discos de ouro são “Chico Buarque” (1978), que trouxe à tona grandes questões da época em que Chico protestava contra o regime militar em canções como “Cálice” e “Apesar de Você”; “Paratodos” (1993) e “As Cidades” (1998).
Em 1977, Chico lançou o álbum infantil, “Os Saltimbancos”, com músicas compostas e arranjadas pelo compositor argentino Luis Enríquez Bacalov, e regravadas em português pelo músico brasileiro.
O último álbum lançado por Chico Buarque foi “Caravanas”, em 2017. O single do álbum foi “Tua Cantiga”, que se tornou a terceira música mais tocada do artista nas plataformas digitais.
Veja a discografia completa de Chico Buarque
- 1966: Chico Buarque de Holanda
- 1967: Chico Buarque de Hollanda vol. dois
- 1968: Chico Buarque de Hollanda vol. 3
- 1969: Chico Buarque na Itália
- 1970: Por um Punho de Samba
- 1970: Apesar de você
- 1970: Chico Buarque de Hollanda – Nº4
- 1971: Construção
- 1972: Caetano e Chico Juntos e Ao Vivo
- 1972: Quando chega o Carnaval
- 1973: “Calabar”
- 1974: “Sinal Fechado”
- 1975: Chico Buarque e Maria Bethânia ao vivo
- 1976: Meus queridos amigos
- 1977: Gota d’água
- 1977: Os Saltimbancos
- 1978: Chico Buarque
- 1979: Ópera do Malandro
- 1980: Show de 1º de maio
- 1980: Vida
- 1981: Almanaque
- 1981: Saltimbancos Trapalhões
- 1982: Chico Buarque em espanhol
- 1983: Para Viver um Grande Amor
- 1983: O Grande Circo Místico
- 1984: Chico Buarque
- 1985: O Corsário do Rei
- 1985: Malandro
- 1985: Ópera do Malandro
- 1986: Melhores Momentos de Chico & Caetano
- 1987: Francisco
- 1988: Dança da Meia Lua
- 1989: Chico Buarque
- 1990: Chico Buarque ao vivo no Paris Le Zenith
- 1993: Paratodos
- 1995: Uma Palavra
- 1997: Terra
- 1998: As Cidades
- 1999: Chico ao vivo
- 2001: Cambaio
- 2006: Rio
- 2007: Carioca Ao Vivo
- 2011: Chico
- 2012: Na Carreira – Ao Vivo
- 2017: Caravanas
- 2018: Caravanas – Ao vivo
Parcerias em destaque
Tom Jobim, Nara Leão, Milton Nascimento, Elza Soares e Ney Matogrosso são alguns dos artistas que dividiram a voz com Chico, seja em canções românticas, com referências políticas ou explorando o poder brasileiro em suas diferentes frentes.
Veja abaixo 10 parcerias protagonizadas por Chico Buarque.
- “Dueto” – Chico Buarque e Nara Leão (1980)
- “Até o Fim” – Chico Buarque e Ney Matogrosso (1978)
- “João e Maria” – Chico Buarque e Sivuca (1977)
- “Vai Passar” – Chico Buarque e Francis Hime (1984)
- “Cálice” – Chico Buarque e Gilberto Gil (1978)
- “Eu Te Amo” – Chico Buarque e Tom Jobim (1980)
- “Vamos Fazer (Vamos Amar) – Chico Buarque e Elza Soares (2000)
- “Retrato em Preto e Branco” – Chico Buarque e Tom Jobim (1968)
- “Sinhá” – Chico Buarque e João Bosco (2011)
- “Primeiro de Maio” – Chico Buarque e Milton Nascimento (1977)
Prêmios
Na música, o primeiro marco na carreira de Chico Buarque foi 1966quando ele ganhou o 2º Festival de Música Popular Brasileira — premiação realizada entre 1965 e 1969 — com a música “A Banda”, em parceria com Nara Leão.
No 3º Festival Internacional da Cançãoda TV Globo, em 1968, venceu como compositor da música “Sabiá” em parceria com Tom Jobim. Porém, a vitória foi contestada pelo público, que preferiu a música que ficou em segundo lugar, “Pra Não Dizer que Não Falei de Flores”, de Geraldo Vandré.
Literatura
Chico Buarque venceu com seu livros diferentes edições do Prêmio Jabuti — Concurso literário brasileiro criado em 1959. Em 1992, com o romance “Estorvo”; em 2004, com “Budapeste”; em 2010, com “Leite Derramado”; e em 2017, com “O Irmão Alemão”. Cada vez que suas produções eram indicadas a prêmios, recebiam reconhecimento em diferentes categorias.
Prémio Camões
Em 2023, Chico recebeu mais um prêmio, mas neste caso cercado de polêmica. Ó O Prémio Camões foi ganho pelo artista em 2019, mas a entrega foi atrasada porque o então presidente não assinou o diploma da premiação, impedindo que a cantora recebesse o prêmio. O prêmio foi entregue pelo próximo presidente, quatro anos após a cantora ter sido escolhida para recebê-lo.
Conheça os livros de Chico Buarque
A produção literária de Chico Buarque foi reconhecida e aclamada, rendendo ao cantor carioca sete Jabutis, incluindo três na categoria Livro do Ano Ficção, e uma homenagem no Prêmio Camões, principal premiação da literatura de língua portuguesa, em 2019.
Quer saber mais sobre os livros de Chico Buarque? A CNN apresenta a seguir cinco obras escritas pela cantora.
“Chapeuzinho Amarelo” (1970)
Ápice da literatura infantil de Chico Buarque, “Chapeuzinho Amarelo” foi publicado originalmente em 1970 e relançado em 1997 com ilustrações de Ziraldo, que faleceu em abril deste ano, durante o sono, aos 91 anos.
O livro conta a história de uma menina que viveu com tanto medo que perdeu a oportunidade de vivenciar as maravilhas da vida. O ciclo é quebrado quando Chapeuzinho enfrenta o lobo mau, e a história ensina uma lição de coragem às crianças que a lêem.
“Estorvo” (1991)
Somente em 1991 é que Chico Buarque estreou no gênero romance. “Estorvo” foi escrito no computador que o cantor recebeu da então esposa, a atriz Marieta Severo, e conta a história de um narrador que, preso numa obsessão, oscila entre os sonhos e a vida real.
A obra teve sua primeira tiragem, que totalizou 30 mil exemplares, esgotou em dois dias e rendeu a Chico o prêmio Jabuti em 1992, nas categorias Livro do Ano Ficção e Romance.
“Budapeste” (2003)
O terceiro romance de Chico Buarque, “Budapeste” conta a história de um ghostwriter que escreve coisas por trás de pseudônimos e outros autores vivos. Sua vida muda quando ele chega à capital da Hungria, cidade que dá nome à obra e onde se vê dividido entre a esposa, Vanda, que está no Rio de Janeiro, e a personagem Kriska, que mora lá.
O livro também ganhou os Jabutis de Livro do Ano de Ficção e Romance, além de ter sido elogiado pelo escritor português José Saramago, dono de obras como “O Evangelho Segundo Jesus Cristo” e “Ensaio Sobre a Cegueira”.
“Chico Buarque foi muito ousado, escreveu atravessando um abismo num arame e chegou ao outro lado. Ao lado estão as obras executadas com maestria, a da linguagem, a da construção narrativa, a do simples fazer. Acho que não estou me enganando ao dizer que algo novo aconteceu no Brasil com esse livro”, escreveu o português ao jornal Folha de S.Paulo.
“Leite Derramado” (2010)
Romance publicado depois de “Budapeste”, “Leite Derramado” conta a história de um velho, membro de uma família tradicional brasileira, que conta a história de seus ancestrais portugueses e membros da oligarquia brasileira. A obra destaca o declínio da elite brasileira ao longo das gerações.
Chico recebeu mais dois Jabutis pela escrita, novamente por Livro do Ano de Ficção e Romance.
“Irmão Alemão” (2014)
Em um texto ousado, Chico partiu da narrativa da própria família para criar um romance sobre a busca por um possível irmão alemão solicitado pela família Hollander, nome escolhido em referência a seu pai, o intelectual Sérgio de Hollanda.
O pano de fundo da obra é a ditadura militar no Brasil e o legado do Holocausto na Alemanha. O livro ficou em terceiro lugar na categoria Livro Brasileiro Publicado no Exterior no Jabuti em 2015.
(Com informações de Nicoly Bastos, Giovana Christ Caroline Ferreira e Flávio Ismerim)
Compartilhar:
simulador empréstimo caixa consignado
como funciona empréstimo consignado
como funciona o empréstimo consignado
emprestimo aposentado sem margem
empréstimos simulação
itaú bmg consignado whatsapp
telefone do banco bmg 0800
emprestimo servidor público
calculadora consignado
itau bmg consignado telefone
consignado emprestimo bancario
bmg telefone whatsapp