O grande homenageado da edição deste ano do Prêmio da Música Brasileira (PMB) será o cantor Tim Maia. A cerimônia de premiação acontece nesta quarta-feira (12), a partir das 21h.
88 artistas diferentes concorrem aos troféus que serão entregues nesta que é a 31ª edição da premiação. A apresentação será de Regina Casé; a dança e os arranjos musicais ficam a cargo de Pretinho da Serra. A cerimônia será transmitida pelo Canal Brasil e Canal PMB no YouTube.
José Maurício Machline, criador do PMB, reverenciava Tim Maia, a quem chamava de “amigos de anos e anos”. Ele destacou o papel do cantor de “Azul da Cor do Mar” e “Do Leme ao Pontal” na construção da soul music no Brasil.
“Teremos a oportunidade de trazer ao palco o rei da soul music brasileira, um imenso expoente do que a black music tem no Brasil, um cara que foi pioneiro em um território muito importante. Nosso homenageado deste ano é meu amigo de anos e anos e anos, Tim Maia”, disse Machline em vídeo compartilhado no perfil oficial do Instagram do PMB.
Tim Maia, cujo nome era Sebastião, nasceu em 1942 e cresceu no bairro da Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro. Sua porta de entrada no universo musical foi o grupo Tijucanos do Ritmo, da Igreja dos Capuchinhos, onde tocava bateria e violão.
Ao lado de Roberto Carlos fundou o grupo “The Sputniks” em 1957, que cantava rock n’ roll norte-americano. Apaixonado pela música dos Estados Unidos, Tim mudou-se para o país em 1959 e, lá, descobriu e se apaixonou pela soul music. De volta ao Brasil, após ser deportado por roubo e posse de drogas, começou a trabalhar como produtor musical e inseriu o ritmo que gostava em composições de rock nacional que fizeram sucesso na década de 1960.
Seu álbum de estreia, chamado “Tim Maia”, foi lançado em 1970 e já trazia alguns dos principais clássicos da música nacional, como “Azul da Cor do Mar” e “Primavera”. Em três anos entregou os volumes 2, 3 e 4, que incluíram sucessos como “Não Quero Dinheiro” e “Gostava Tanto de Você” e já misturou soul music com samba e disco.
A etapa seguinte de sua carreira foi marcada pela imersão na doutrina da Cultura Racional, que serviu de inspiração para os discos “Tim Maia Racional” 1 e 2, lançados em 1975. Os discos tornaram-se, na época, uma raridade, pois Tim removeu tudo desde a circulação após sair da seita.
Mergulhando de vez na música disco, lançou “Tim Maia Disco Club” em 1978, com o hit “Sossego”. Na década de 1980, Tim trouxe novos sucessos como “Descobridor dos Sete Mares”, “Do Leme Ao Pontal” e “Me Dé Motivo”, além de dois duetos com Gal Costa que entraram para a história: “Um Dia de Domingo” e “Ele leva”.
Tim Maia faleceu em 15 de março de 1998, aos 55 anos. Apresentou falência de múltiplos órgãos após ser internado, uma semana antes, no Hospital Universitário Antônio Pedro, em Niterói, com hipertensão e edema pulmonar. Ele foi levado ao local após passar mal durante a gravação de um show no Teatro Municipal de Niterói, no Rio de Janeiro.
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