Invista naquilo que é economicamente promissor, mas que também oferece dignidade às pessoas e ao planeta. Os objetivos – que parecem contraditórios – estão por trás de um ambicioso projeto na Arábia Saudita que tenta encontrar ideias que gerem um impacto positivo na humanidade. Em um mês, o grupo organiza um encontro de três dias no Rio de Janeiro para mapear iniciativas na América do Sul e atrair visões e talentos da região.
“Já temos cerca de 7 mil tomadores de decisão participando de nossas discussões. Eles estão concentrados nos Estados Unidos, Europa e Ásia. Há poucos da América Latina. Não somos conhecidos aqui. A América Latina está longe da Arábia Saudita. Estaremos no Rio para encurtar essa distância”, explicou o CEO do Instituto FII, Richard Attias.
FII é a sigla em inglês para “Future Investment Initiative”. O instituto é uma entidade sem fins lucrativos com recursos do Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita (PIF) – fundo que tem US$ 925 bilhões em investimentos.
O FII é apoiado por empresas árabes – como a maior petrolífera do mundo, a Saudi Aramco – e multinacionais – como o fundo de investimento Franklin Templeton, a Pepsico ou o braço de investimento social do japonês SoftBank.
No Brasil, o evento terá como tema “investindo em dignidade”. O tema nasceu após a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Arábia Saudita em 2023, quando o brasileiro defendeu que o planeta deve ser capaz de acolher todos com dignidade, e não apenas uma minoria privilegiada.
Os investidores estrangeiros que estarão no Rio querem especialmente entender como investir na transição energética, na tecnologia e na inovação em projetos que gerem inclusão social e impacto positivo na sociedade e no planeta.
“É possível ganhar dinheiro e lucrar investindo em dignidade. O uso da tecnologia e da inteligência artificial permite investir na saúde, na educação, no meio ambiente, em diversos setores e pode gerar negócios muito inclusivos. E o Brasil é incrível em termos de diversidade. Os países do Golfo podem aprender muitas coisas com o Brasil”, explicou Attias, CEO do instituto e executivo que fez carreira na França e nos Estados Unidos.
Especialmente no mundo árabe há uma forte procura de projectos que permitam abrir uma nova frente de investimento e de desenvolvimento económico para o futuro – cada vez mais próximo – sem combustíveis fósseis, como os derivados de petróleo que enriqueceram grande parte do Médio Oriente.
O evento no Rio irá abranger desde discussões futurísticas – como novos bioinvestimentos em oceanos, terras e alimentos – até debates macro – como o papel dos BRICS na geopolítica global – incluindo análises de cadeias produtivas globais, infraestrutura em megacidades e fintechs em países questões emergentes, entre outros temas.
A abrangência dos assuntos e o modelo dos painéis lembra muito o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, onde o CEO do Instituto FII foi um dos diretores.
O evento acontece entre os dias 11 e 13 no Rio. Espera-se que os convidados incluam investidores internacionais, empresários da América Latina e figuras governamentais, bem como líderes do mundo da cultura e do esporte.
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