A Equatorial Energia foi a única finalista no processo de concorrência para investidor estratégico no âmbito da privatização da Sabesp, com oferta de R$ 6,9 bilhões para participação, informou a empresa paulista de saneamento em fato relevante nesta sexta-feira (28).
O investimento representa preço por ação de R$ 67, abaixo do valor de fechamento das ações da Sabesp nesta sexta, de R$ 74,97.
Segundo a secretária estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo, Natalia Resende, o preço oferecido pela Equatorial ficou dentro do preço mínimo estabelecido durante o processo de definição dos termos da oferta de ações.
O anúncio da Equatorial como única concorrente era amplamente esperado, à medida que circulava a notícia de que a energética havia sido a única a formalizar uma oferta pelas ações da Sabesp. Segundo Resende, o investidor ajudará a dar mais governança à empresa.
“Tudo está acontecendo dentro do cronograma esperado”, disse o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em entrevista coletiva.
O governo do estado pretende reduzir a sua participação na empresa dos atuais 50,3% para cerca de 18%, enquanto o acionista de referência passará a deter uma participação de 15%, que deverá ser mantida até o final de 2029.
A expectativa é que a privatização da Sabesp gere cerca de R$ 15 bilhões. Além de ser a maior do Brasil neste ano, a oferta da Sabesp concorre para se tornar a quinta maior do mundo em 2024.
A privatização da Sabesp prevê o compromisso de investir cerca de R$ 70 bilhões até 2029 para a universalização da água e do esgoto no Estado de São Paulo. A Equatorial também não poderá investir em áreas de outras localidades que concorram com a Sabesp.
A precificação está marcada para 18 de julho e, até lá, ocorrem diversas reuniões entre o governo do estado de São Paulo, representantes dos bancos que coordenam a oferta e investidores locais e estrangeiros.
Na segunda-feira (1º), começa o período de reserva de ações para investidores de varejo, que termina no dia 15 do mesmo mês. Cerca de 18% da parcela vendida do governo paulista vai para o varejo, incluindo vendas para pessoas físicas, aposentados e funcionários da Sabesp.
Até o início desta semana, havia indícios de que a empresa de saneamento Aegea também faria uma proposta.
No entanto, desistiu, entre outros motivos, pela margem apertada da “pílula venenosa”, gatilho pelo qual um investidor é obrigado a lançar uma oferta de compra de ações ao mercado caso ultrapasse determinada parcela de participação na empresa .
No caso da Sabesp, esse percentual é de 30%. Os acionistas da Aegea incluem a Itaúsa e o fundo soberano de Cingapura (GIC), que possui diversos fundos, que podem eventualmente aumentar posições na Aegea.
Muitos dos potenciais interessados questionaram também a previsão de um plano de universalização muito audacioso até 2029 e as desvantagens financeiras para a entrada de grandes fundos que não sejam investidores estratégicos.
Ficaram no caminho a gestora IG4, a francesa Veolia, a Cosan, os canadenses de Brookfield e o grupo Votorantim.
*Com Reuters e Estadão Conteúdo
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