O Dia Internacional das Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs), comemorado em 27 de junho, celebra os pequenos negócios e a importância dessas empresas para a economia.
As MPME representam 99% das empresas nacionais, segundo o Ministério da Economia. Ao lado das médias empresas, as MPE representam aproximadamente 90% de todas as empresas em operação.
O Dia Internacional das Micro, Pequenas e Médias Empresas foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2017, e desde então tem como objetivo destacar a relevância dos pequenos empreendedores, bem como a necessidade de criação de políticas públicas capazes de fomentar o desenvolvimento impacto económico das pequenas empresas, que são muito mais sensíveis às perturbações macroeconómicas — como o aumento da inflação, por exemplo.
Pretende-se também sensibilizar a população e as autoridades públicas para a relevância de aumentar a competitividade e reduzir barreiras clássicas, como o acesso ao crédito e a desigualdade de género, nestas empresas.
Veja cinco dados sobre o cenário das micro e pequenas empresas no Brasil que destacam sua importância para a economia do país:
Motor da economia
A participação das micro e pequenas empresas na economia nacional é gigantesca, mostram dados do Sebrae. Juntas, essas pequenas empresas — e também os microempreendedores individuais (MEIs) — movimentam cerca de R$ 420 bilhões por ano.
Para se ter uma ideia do impacto desse valor, atualmente, o volume corresponde a 30% do PIB brasileiro.
2.300 novas empresas todos os dias
Em 2023, mesmo diante de um cenário de juros elevados e inflação crescente, houve aumento de 6,6% na abertura de novos negócios no país, totalizando 859 mil novos empreendimentos, sendo 390,4 mil apenas micro e pequenas empresas .
Ao avaliar a média geral, estima-se que o Brasil tenha pelo menos 2.300 novas MPEs abrindo por dia. As informações são do Sebrae, com base no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) da Receita Federal.
O ano recorde de abertura de novos pequenos negócios, segundo o Sebrae, foi 2021, quando foram abertos mais de 3,9 milhões de negócios.
Geração de empregos
Ao avaliar o impacto econômico dessas empresas, outro indicador que merece destaque é a geração de empregos formais. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, as MPE são responsáveis por 80% das vagas formais de emprego geradas no país.
Só em 2023, foram abertas mais de 1,1 milhão de vagas com carteira assinada por essas empresas. Enquanto isso, as grandes empresas criaram cerca de 14,2% das vagas formais no mesmo período.
Líder no setor de serviços
Entre todos os segmentos da economia, o setor de serviços mantém seu destaque e favoritismo entre as MPMEs, com o maior volume de novos negócios abertos no último ano.
O setor de serviços, vale ressaltar, representa 70% do PIB nacional.
Entre as dez classificações de atividades mais procuradas durante a abertura de empresas, pelo menos nove dizem respeito a atividades ligadas a serviços.
Segundo o Sebrae, as três principais atividades econômicas procuradas pelas MPMEs que entram no mercado são, nesta ordem: atividades de atendimento ambulatorial realizadas por médicos e dentistas, serviços de consultório e apoio administrativo e restaurantes e estabelecimentos de alimentação e bebidas.
Inovação tecnológica
O cenário promissor para as micro e pequenas empresas do país se estende também às empresas de base tecnológica, as chamadas startups.
Refúgio fértil em tecnologia, o Brasil se tornou palco de surgimento e amadurecimento de startups de diversos portes, sendo hoje reconhecido como país exemplo na promoção dessas empresas.
O Brasil conta atualmente com 12.040 startups, segundo balanço da Cortex em parceria com a Endeavor.
O ecossistema que envolve o empreendedorismo tecnológico no Brasil ganhou novas proporções nos últimos anos, considerando que cerca de 36% das startups ativas foram fundadas a partir de 2020, segundo mapeamento da Associação Brasileira de Startups (Abstartups).
Como amostra do potencial do ambiente dinâmico e repleto de oportunidades em que se encontram, o número de empresas de base tecnológica ativas, ano após ano, também cresce. Entre 2010 e 2022, saltou de 4.148 para mais de 12 mil startups, como mostra também o mapeamento da Cortex.
A mesma aptidão para o desenvolvimento rápido também pode ser comprovada numa análise regional. Atualmente, o Sudeste e o Sul lideram o ranking de regiões com maior número de startups ativas, com 32,95% e 29,32% do total, respectivamente. Em seguida vem o Nordeste, com 25,77% das startups brasileiras em atividade.
(Texto de Maria Clara Dias)
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