A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) se reunirá no próximo domingo (2) para decidir o que fazer com o fornecimento do grupo e os cortes voluntários que expiram. O Santander espera que os cortes voluntários de 2,2 milhões de barris por dia (bpd) sejam prolongados para além de Junho, o que deverá apoiar os preços do petróleo.
O banco espera que a OPEP+ estenda as suas restrições voluntárias à produção até ao segundo semestre de 2024, especialmente dada a procura recente e ligeiramente mais fraca da China, o aumento da produção de países não-OPEP+ (ou seja, Guiana e Canadá), e uma vez que uma inversão poderia ter um impacto significativo efeito sobre os preços spot do petróleo, dadas as expectativas do mercado. Como resultado, os analistas esperam que a renovação da produção apoie os preços do Brent em cerca de 80 dólares por barril.
Na opinião do Santander, a esperada escassez de petróleo bruto para o segundo semestre deste ano poderá continuar a sustentar os preços do petróleo, desde que a procura se comporte em linha com as projeções da organização (crescimento da procura de 1,85 milhões de bpd no 4T24 versus 2T24), o que apoia a visão positiva do banco sobre as empresas de E&P na América Latina, especialmente 3R (RRRP3).
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Em relação à utilização da capacidade e margens das refinarias, a OPEP espera que os insumos das refinarias atinjam uma média de 82,5 milhões de bpd no 2T24, devido à menor manutenção e sazonalidade (ou seja, viagens no Hemisfério Norte e demanda por energia no Oriente Médio). As margens de refino continuaram a cair em abril, devido à recuperação nas taxas de processamento das refinarias e à maior produção de produtos que pesaram nos preços dos derivados de petróleo, especialmente nafta e diesel.
Em relação à atuação das petrolíferas na América Latina, o Santander acredita que microfatores estão pesando sobre elas (por exemplo, mudanças na gestão da Petrobras, atrasos na emissão de licenças ambientais para PRIO (PRIO3) e discussões sobre a fusão da 3R/Enauta) e levaram a um recente desempenho inferior das ações em geral.
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Os analistas do Santander acreditam que a dinâmica positiva do preço do petróleo poderá trazer ainda mais optimismo ao sector, sendo provável que o PRIO e o Vista sejam os que mais beneficiarão dos preços mais elevados do petróleo.
No geral, o Santander disse preferir 3R/Enauta (ENAT3) (seguido pelo PRIO), com uma perspectiva positiva para a nova empresa, apesar das discussões de lock-up e pendentes. Ele também disse que gosta da PetroRecôncavo (RECV3) pelo seu rendimento de dividendos de 7% para 2024, mas vê poucos catalisadores. Na América Latina, prefere a YPF à Petrobras (esperamos um rendimento de dividendos normalizado de um dígito em 2025 para a Petrobras em comparação com o crescimento da produção de xisto e a racionalização dos investimentos na YPF).
O Bradesco BBI, por sua vez, acredita que a OPEP+ provavelmente olhará para além do terceiro trimestre de 2024 (3T24) e evitará transmitir volatilidade ao prolongar os cortes atuais com alguns ajustes de cotas, com o Iraque e o Cazaquistão potencialmente compensando a falta de cumprimento anterior. “A maior parte do mercado espera isso”, destaca o banco.
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Segundo o BBI, qualquer reversão antes do final do 3T24 poderá fazer com que os preços do Brent caiam temporariamente abaixo de US$ 80 por barril, com recuperação a partir de então. Uma extensão da cota de aproximadamente 34 milhões de bpd até o 3T24 poderia levar os preços para US$ 90 por barril ou até mais.
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