O imposto de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50, aprovado pela Câmara dos Deputados na véspera (28), pegou de surpresa o varejo asiático no Brasil. O acordo resultou em um “meio-termo” entre o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acabaram substituindo a ideia inicial de aplicar cobrança de 60% sobre mercadorias. Esperava-se inicialmente que uma taxa de imposto não fosse aprovada.
O fim da isenção fiscal impacta diretamente os sites de varejo asiáticos, especialmente Shein e AliExpress, do Alibaba, que são fortemente dependentes de produtos internacionais. Shopee é o menos afetado, com 90% de seus intermediários operando no Brasil. Por outro lado, beneficia os retalhistas nacionais que se dizem prejudicados pelo que chamam de concorrência desleal.
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A medida foi aprovada no projeto de lei que regulamenta o Programa de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), aprovado em plenário. Agora, segue para o Senado após análise dos destaques (tentativas de alterações no texto base). Após semanas de impasse, a votação foi simbólica, como forma de os parlamentares não transigirem em um tema polêmico.
O imposto de 20% sobre o comércio eletrônico estrangeiro, que atinge sites asiáticos como Shein e Shopee, é um “meio termo” e substituiu a ideia inicial de aplicar uma taxa de 60% sobre mercadorias que vêm do exterior e custam até US$ 50. . O percentual será de 60% para produtos mais caros. Além disso, há um limite de US$ 3 mil para remessas, segundo opinião do relator, deputado Átila Lira (PP-PI).
O que dizem os varejistas
Ó Ali Express informou, em nota, que ficou surpreso com a decisão da Câmara. A varejista chinesa argumentou que a medida “impactará muito negativamente a população brasileira, principalmente as das classes populares, que não terão mais acesso a uma grande variedade de produtos internacionais, que em sua maioria não são encontrados no país, a preços acessíveis”. preços”.
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A plataforma argumentou ainda que a decisão desencoraja o investimento internacional no país e argumentou que o facto de a mudança não alterar a isenção para viagens internacionais aumenta “ainda mais a desigualdade social”.
“Confiamos que o governo brasileiro levará em conta a gravidade do assunto e ouvirá a opinião da população antes de tomar qualquer decisão definitiva”, declarou o AliExpress em nota.
A Compradorpor outro lado, declarou que “apoia a medida ontem aprovada pela Câmara dos Deputados” que estabelece alíquota de importação de 20%” e “igualdade tributária”. “Queremos desenvolver cada vez mais o empreendedorismo brasileiro e o ecossistema de comércio eletrônico no país e acreditamos que a iniciativa trará muitos benefícios ao mercado.” Não haverá impacto para os consumidores que comprarem de um de nossos mais de 3 milhões de vendedores nacionais, que representam 9 em cada 10 compras no Shopee no país.”
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Procurado por InfoMoneyO Ela dentro considerou a decisão um “retrocesso” e declarou que “a decisão de taxar as remessas internacionais não é a resposta adequada porque impacta diretamente a população brasileira”.
Do outro lado, o IDV (Instituto de Desenvolvimento do Varejo) e a Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), que vinham trabalhando para acabar com a isenção, manifestaram apoio à medida.
“A decisão da Câmara dos Deputados é um avanço importante no debate sobre a necessária busca pela isonomia tributária entre o que está previsto no Programa de Remessas Cumpridas para plataformas de comércio eletrônico estrangeiras e os tributos pagos pelo Varejo e pela Indústria nacionais. A igualdade completa ainda é uma luta que permanece para o
setor produtivo nacional, responsável por mais de 18 milhões de empregos brasileiros”, declararam as entidades em comunicado.
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Para a equipe de pesquisa do Santander, a aprovação do imposto de importação de 20% “deve ser saudada como uma notícia positiva para o setor varejista brasileiro em geral, pois a medida deve reduzir a competitividade das plataformas transfronteiriças”.