Nos Estados Unidos, a tese que sugere a venda das ações da carteira em maio e a consequente saída da Bolsa é levada tão a sério que virou ditado: “vender em maio e ir embora”.
A confirmação da tese, nos EUA, é conhecida há algum tempo e tem alguma base histórica, o que se justifica principalmente pelo facto de as negociações e a liquidez do mercado diminuírem durante o período de férias no Hemisfério Norte (a partir de Maio).
Mas no Brasil as coisas parecem ser diferentes — pelo menos é o que aponta um estudo de Rico.
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“Replicando um estudo desse tipo na bolsa brasileira, vemos que vender ações em maio e devolver apenas em outubro não traria nenhuma vantagem ao investidor brasileiro. Pelo contrário. O investidor que permanecesse fora da bolsa nesse período teria uma rentabilidade menor que o Ibovespa, analisando os últimos 20 anos”, afirma a equipe da corretora.
Venda em maio e vá embora – não para o Brasil
Eles mencionam que embora os estrangeiros do Hemisfério Norte sejam responsáveis por grande parte da liquidez brasileira, aqui ela tende a ser menor durante o período de verão local, ou seja, de dezembro a março.
Julho é um mês de poucos negócios na Bolsa brasileira, mas em agosto e setembro, historicamente, o fluxo aumenta.
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Fora isso, o fluxo nem sempre está ligado ao mau desempenho dos ativos de risco.
“Apesar da menor vazão, os meses de novembro e dezembro estão entre os de maior
terminou no campo positivo”, contextualizam os especialistas da corretora.
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Assim, historicamente, dezembro, setembro e julho são os meses com maior saldo de fechamentos positivos da história do Ibovespa.
“Diante dessas observações, simulamos diferentes estratégias para identificar qual poderia trazer os melhores resultados. Descobrimos que ficar fora do mercado de fevereiro até o final de junho seria mais vantajoso do que ficar fora do mercado entre maio e outubro. Porém, essa estratégia não superaria o retorno de permanecer no Ibovespa ao longo do ano”, pontua Rico.
Ibovespa e CDI
A única forma de ter resultados melhores que o Ibovespa em um ano saindo da Bolsa por um período considerável, segundo o estudo, seria investir no CDI ficando fora dos ativos de risco.
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Para aprimorar o estudo, foi testada a rentabilidade de uma estratégia de investimento alternada entre CDI e Ibovespa.
Na simulação, a estratégia “Vender em maio”, onde o investidor aplica no CDI durante cinco meses do ano e no Ibovespa nos demais meses, resultou em um retorno consideravelmente maior em 20 anos em comparação ao investimento contínuo no Ibovespa.
Além disso, uma simulação que alterna seis meses no Ibovespa e seis meses no CDI revelou retornos ainda maiores. Investir no Ibovespa apenas no segundo semestre e investir no CDI no primeiro semestre teria rendido cerca de 220% do Ibovespa em 20 anos, multiplicando o patrimônio do investidor em mais de 12 vezes.
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“Embora pareça uma estratégia promissora, é importante destacar algumas dificuldades na sua aplicação, como a necessidade de fazer investimentos e resgates de forma sistemática, evitar vieses comportamentais nas decisões de investimento, custos fiscais e a dificuldade em seguir a estratégia mesmo em anos de resultados negativos”, pondera a equipe Rico.