A semana desta sexta-feira (17) foi bastante negativa para a Petrobras (PETR3;PETR4), com o mercado refletindo a saída repentina de Jean Paul Prates da presidência da estatal na última terça-feira (14), gerando debates sobre o governança da empresa. As ações da estatal tiveram a segunda e a terceira maiores quedas do Ibovespa na semana, com queda de 12,60% para PETR3 e 11,76% para PETR4. Nos três pregões seguintes à demissão de Prates, a petroleira perdeu R$ 55,8 bilhões em valor de mercado, encerrando o pregão de sexta-feira com valor de mercado de R$ 492,6 bilhões.
Há muitas dúvidas no mercado, principalmente sobre como a nova presidente – a indicada para o cargo foi Magda Chambriard – lidará com as demandas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já que o executivo recebeu a missão de acelerar os investimentos em comando da estatal, para que a petrolífera seja o principal motor de emprego e rendimento do país, segundo fontes com conhecimento das conversas ouvidas pela Reuters.
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A expectativa é de mais intervencionismo, o que poderá levar a mais dívidas e menos dividendos (tese central do otimismo recente com as ações), mas alguns analistas de mercado continuaram a ver as ações da empresa com otimismo.
Esta semana, o Goldman Sachs seguiu com uma recomendação de compra para as ações da petrolífera. Embora acredite que a mudança na gestão possa reacender as preocupações relativamente a uma potencial intervenção política, o banco vê um forte contraponto aos fundamentos sólidos e à forte geração de caixa esperada, também dada a melhor governação em vigor.
“Uma melhor governação tornaria difícil para a nova gestão alterar significativamente a alocação de capital e as políticas de preços dos combustíveis, pelo menos num futuro próximo. Por outro lado, acreditamos que será importante que os investidores monitorem se algum aspecto da atual governança em vigor poderá ser alterado após o recente anúncio”, avalia. A preferência, porém, vai para a PRIO (PRIO3) entre as ações do setor petrolífero.
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Mesmo após o anúncio surpresa da saída de Prates, Bradesco BBI e BTG Pactual continuaram com recomendação equivalente à compra dos ativos. O BBI não acredita que o novo CEO tentará alterar a política de preços e dividendos, pois estas são geralmente fontes de conflito que podem potencialmente entrar em conflito com a legislação societária estatal brasileira e/ou com acionistas minoritários e autoridades legais locais/internacionais (como a SEC, a CVM americana).
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O banco avaliou que, se o diagnóstico feito pela equipe estiver correto, as ações poderão se recuperar gradativamente, como em casos anteriores de tempos turbulentos para a Petrobras. A XP também não projeta mudanças significativas nos planos de dividendos e investimentos no curto prazo, mas reconhece que a incerteza aumenta consideravelmente a percepção de risco.
O BTG Pactual reiterou a recomendação de compra da Petrobras após o episódio por acreditar que ainda há poucas evidências de que a empresa deixará de pagar dividendos de dois dígitos em 2024 e 2025. “Preferimos permanecer consistentes com nossas decisões anteriores e evitar reagir exageradamente a mudanças repentinas. nos movimentos governamentais. Estimamos que a Petrobras deverá pagar 14,4% do valor de sua participação em dividendos – Dividend Yield (DY) – em 2024 e 10,9% do preço de seus ativos em dividendos em 2025”. O BTG tem recomendação de compra de ADRs (recibos de ações negociadas em Nova York), com preço alvo de US$ 19.