A combinação dos negócios da Auren (AURE3) com a AES Brasil (AESB3) atende aos objetivos almejados pelas duas empresas há algum tempo. A partir de agora, os olhos do mercado estão voltados para as sinergias e como os investidores se comportarão diante do surgimento da nova empresa.
Vladimir Pinto, chefe de energia e saneamento da XP Research, participou nesta sexta-feira (17) do Chamada matinal XPe destacou que o acordo foi anunciado envolvendo três opções para os acionistas da AES Brasil.
AES (AESB3): opções para acionistas
O analista explicou que a primeira opção seria o pagamento total em dinheiro ao acionista pela ação, ao custo de R$ 11,55 cada. “Isso explica a alta da bolsa (da AES) porque esse valor está sendo precificado em dinheiro”, afirmou durante o programa.
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A outra opção é pagar ao acionista metade do valor da ação que possui em dinheiro, sendo o restante do pagamento feito em ações da Auren. E a última seria o acionista receber 90% em ações da Auren e 10% em dinheiro.
“Obviamente o que o investidor vai olhar é essa relação matemática. Ele analisará o preço das ações de Auren. A conta que der maior valor, ele vai escolher”, afirmou.
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Perspectiva positiva
Sobre as perspectivas da nova empresa com a aquisição da AES pela Auren, Vladimir Pinto vê uma série de sinergias que podem ser aproveitadas.
“A parte corporativa da empresa, por exemplo, tem corte de custos a ser feito. Algumas operações também podem ser otimizadas”, comentou. Há também a possibilidade de melhorias nos ativos eólicos do Nordeste das usinas da AES.
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O analista alertou, porém, que a AES tem um custo de dívida muito alto. “Ter uma empresa com balanço mais estável como a Auren, isso vai ajudar a reduzir esse custo da dívida”, destacou.
Os dividendos futuros podem ser menores
“Um ponto importante é que se houver uma grande aceitação de uma oferta em dinheiro (por parte dos acionistas da AES), haverá um aumento na dívida líquida da empresa resultante. Isso deve fazer com que Auren, pelo menos nos primeiros 2 a 3 anos, faça pagamentos de dividendos um pouco menores para reduzir a alavancagem”, explicou.
O especialista em energia acrescentou que Auren já liberou uma linha de crédito, caso todos os acionistas da AES optem pela oferta em dinheiro e seja necessário esse desembolso integral – que tem valor estimado em R$ 6,7 bilhões.
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“Mas é uma aquisição que pode criar valor para os acionistas da Auren, dependendo da velocidade com que consigam desenvolver sinergias”, destacou.
Não há obstáculos regulatórios
Em relação à aprovação dos órgãos competentes, como Cade e Aneel, o analista não vê problema e a previsão é que as análises sejam concluídas até outubro. “Também temos aprovação dos credores, principalmente da AES, mas não vemos nenhum tipo de obstáculo”, disse.