RIO DE JANEIRO (Reuters) – O ex-presidente executivo da Petrobras (PETR3;PETR4) Jean Paul Prates disse nesta quarta-feira, ao deixar a sede da empresa, que está saindo da petroleira em melhores condições do que a que a empresa recebeu quando assumiu o cargo como CEO no início de 2023.
Em entrevista a jornalistas fora da sede da Petrobras, no centro do Rio de Janeiro, Prates disse que a empresa tem uma política de preços ajustada e está em andamento a reindustrialização nas áreas de refino, fertilizantes e indústria naval.
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“Sem dúvida saímos de uma empresa melhor, muito melhor”, disse aos jornalistas após deixar a sede da empresa sob aplausos e carinho dos funcionários que aguardavam sua despedida.
Durante sua gestão, Prates pôs fim à política de paridade internacional de preços da Petrobras e a empresa passou a adotar uma nova política comercial, conforme prometido na campanha eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A antiga política de preços representou problemas em governos anteriores para o Palácio do Planalto sempre que a Petrobras teve que promover aumentos.
“Deixamos uma política de preços que o presidente (Lula) pediu, ele disse que ia abrasileirar os preços. O mercado entendeu, conseguimos explicar isso e mostramos que a Petrobras pode fixar esses preços sem perder dinheiro”, afirmou.
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Prates deixou o comando da empresa após decisão de Lula. O governo informou que nomeará para o cargo a ex-diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) Magda Chambriard. Ela e Prates trabalharam juntos na transição governamental após as eleições presidenciais de 2022.
“Mudamos a política de preços e de dividendos, que eram as duas coisas que tínhamos medo em relação ao valor da empresa. Conseguimos entregar com a participação subindo”, disse Prates.
Nesta quarta-feira, após o anúncio da saída de Prates, a Petrobras perdeu quase 50 bilhões de reais em valor de mercado com a queda de suas ações.
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Prates deixou a sede da empresa logo após o término da reunião do conselho de administração que confirmou sua saída. O ex-presidente, visivelmente abalado, disse não ter planos para o futuro.
Ex-senador, é petista e abriu mão da candidatura ao governo do Estado do Rio Grande do Norte em 2022 para atuar, a pedido de Lula, na campanha petista à Presidência daquele ano.
Questionado se permaneceria no PT após a decepção da demissão, Prates disse simplesmente que não tomaria nenhuma decisão agora.
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“Eles tomaram essa decisão (demissão), agora vou pensar nisso”, disse. “Não sei os planos agora, tenho que trabalhar porque não sou rico e não fiquei rico.”
A mudança na Petrobras ocorreu depois que Prates foi ameaçado de demissão em diversas ocasiões, mais recentemente após um embate público com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sobre dividendos extraordinários.
Prates também sofreu críticas e pressões públicas para que a Petrobras investisse mais em gás natural e acelerasse investimentos de interesse do governo, como o setor de fertilizantes e a indústria naval.