O comitê independente contratado pela Americanas (AMER3) para investigar fraudes contábeis na varejista apresentou em julho relatório com suas conclusões sobre o caso. O documento foi divulgado esta semana e detalha outros pontos sobre a fraude de R$ 25 bilhões na empresa.
O primeiro e o ponto mais importante destacado é o risco assumidoque é uma linha utilizada no setor para pagamentos a fornecedores. A utilização do recurso funciona como um financiamento, que garante desconto na segunda via antes do prazo, e prevê pagamento pela empresa à instituição financeira no vencimento.
O principal problema contábil observado foi a falta de reconhecimento das operações como dívida. Como as operações tinham prazos e dinâmicas diferentes, algumas tiveram despesas enquanto outras geraram receitas. Cerca de R$ 3,4 bilhões em despesas deixaram de constar nos balanços.
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O segundo pontocom igual importância que o risco assumido, se o contratos de orçamento de publicidade cooperativa (VPC). A Americanas, segundo a reportagem, forjou contratos para reduzir contas de fornecedores, como forma de disfarçar o problema de caixa.
Verifica-se que alguns contratos de VPC, na realidade, eram operações fictícias, que ou não eram pagas pelos fornecedores ou não eram deduzidas dos valores pagos aos fornecedores. Os contratos foram até sinalizados como VPC B (os contratos forjados), enquanto os reais foram chamados de VPC A.
O terceiro elemento destacada pelo relatório foi a relacionamento entre executivos da Americanas e bancários em cartas solicitadas por auditorias para confirmação de operações. A empresa solicitou a ocultação de determinadas operações, como a retirada do risco, com a concordância dos bancos.
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Com essas informações, segundo a investigação, as auditorias tiveram acesso a documentos falsificados e que houve um esforço para ocultar as operações.
O quarto ponto do relatório destaca que auditorias apresentaram momentos de tensão com a diretoria, em particular pelo fornecimento de informações e dados incompletos.
No segundo semestre de 2022, vendas de ações da Americanas pelos executivos da empresa foi de cerca de R$ 287 milhões, o que representa o quinto ponto. As operações chamaram a atenção do conselho de administração. Hoje, sabe-se que ex-diretores fizeram fila para realizar vendas antes da divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2022.
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Finalmente, o sexto ponto é que o relatório demonstra que a preocupação da administração A situação se ampliou com a presença de Sérgio Rial como presidente a partir de 2023. Com a mudança, ficaria mais complexo manter o esquema e, como demonstram os diálogos, os executivos ficaram preocupados em justificar os números ao novo CEO.
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