(Reuters) – A curva de juros brasileira começou a precificar uma probabilidade de 100% de o Banco Central elevar a Selic em apenas 25 pontos base na noite de quarta-feira, e não em 50 pontos base, depois que o Federal Reserve trouxe alívio ao mercado ao aplicar uma corte maior em sua taxa de juros.
Na esteira da decisão do Fed, as taxas DI (Depósitos Interfinanceiros) fecharam o dia em baixa na maioria dos contratos, principalmente os de longo prazo.
No final da tarde, a taxa DI para outubro de 2024 — uma das mais líquidas, reflexo das apostas para o Copom desta quarta — estava em 10,624%, alta de 1 ponto base ante os 10,618% do reajuste anterior.
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A taxa DI para janeiro de 2025 foi de 10,93%, queda de 3 pontos-base ante 10,955% do reajuste anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2026 foi de 11,77%, ante 11,812%.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 foi de 11,99%, ante 12,03%, e o contrato de janeiro de 2033 teve taxa de 11,98%, ante 12,006%.
Principal acontecimento da semana, a decisão da Fed sobre as taxas de juro, marcada para as 15 horas, foi o foco dos negócios desde o início da sessão. As taxas DI já caíam pela manhã em meio às expectativas para o anúncio, mas a própria decisão acelerou as quedas num primeiro momento.
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A Fed anunciou um corte de 50 pontos base nas suas taxas de juro, para o intervalo de 4,75% a 5,00%, apesar de grande parte do mercado e dos economistas esperarem uma redução menor, de apenas 25 pontos base.
Ao justificar a sua decisão, a Fed citou “maior confiança” de que a inflação está a evoluir de forma sustentável em direção à meta de 2%, demonstrando preocupação com o mercado de trabalho.
Como o corte de 50 pontos do Fed não foi totalmente precificado, a reação no Brasil foi uma queda firme do dólar frente ao real e uma aceleração na redução das taxas DI, especialmente entre os contratos longos. Por trás do movimento estava a percepção de que o maior corte nas taxas de juros nos EUA alivia um pouco a tarefa do Banco Central do Brasil de controlar a inflação.
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Após a decisão do Fed, às 15h18, a taxa DI para janeiro de 2031 marcou mínima de 11,89%, queda de 14 pontos-base em relação ao ajuste anterior. No final da sessão, porém, as taxas recuperaram e fecharam com perdas menores.
A precificação embutida na curva também sofreu alterações. Com a percepção de que a ação do Fed ajuda o BC, a curva a termo brasileira precificou perto do fechamento de 100% de probabilidade de aumento de 25 pontos-base na taxa básica Selic na noite de quarta-feira. A probabilidade de um aumento de 50 pontos base era zero. Na véspera, os percentuais eram de 91% e 9%, respectivamente.
“A decisão do Fed ajuda muito o Brasil, gera muito alívio”, comentou João Ferreira, sócio da One Investimentos, logo após o anúncio do Fed, ao avaliar a queda do dólar frente ao real e a queda do DI.
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC anunciará sua decisão sobre a Selic, hoje a 10,50% ao ano, a partir das 18h30. Além do anúncio em si, os investidores estarão atentos às avaliações do conselho sobre o atual cenário de inflação.
Às 16h42, o rendimento do Tesouro de dois anos – que reflete as apostas na direção das taxas de juros de curto prazo – subia 2 pontos base, para 3,605%. A rentabilidade do Tesouro a dez anos – referência mundial para decisões de investimento – subiu 6 pontos base, para 3,698%.
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