A cautela dos investidores poucas horas antes das decisões sobre taxas de juros nos Estados Unidos e no Brasil permeia os negócios do Ibovespa em um dia com agenda vazia de indicadores. Dessa forma, e com a queda das commodities, o Índice Bovespa cai para a faixa dos 134 mil pontos.
Em Nova Iorque, as bolsas operam perto da estabilidade e na Europa o sinal é divergente e tende para negativo, um dia antes da decisão do Banco de Inglaterra sobre a taxa de juro.
A definição do Federal Reserve sobre a reunião de política monetária será divulgada às 15h. A maioria das apostas indica uma chance de o banco central americano cortar a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, mas alguns analistas defendem uma queda menos intensa devido aos dados de inflação ainda fortes.
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“Vejo o Fed sendo mais agressivo, cortando meio ponto, e isso de certa forma é bom para o Brasil. Tende a atrair mais dólares para o país devido às taxas mais atrativas, com o real se valorizando, mais capital estrangeiro entrando na bolsa e o Ibovespa eventualmente avançando ainda mais”, avalia Gustavo Corradi Matos, CIO da Medici Asset, empresa do Grupo Nano. .
Além da decisão em si, o foco dos investidores está no comunicado do Federal Open Market Committee (Fomc) do Fed e na entrevista com o presidente da instituição, Jerome Powell, a partir das 15h30, para ver indicações sobre os próximos passos.
Na opinião de Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, uma possível redução mais agressiva da taxa básica de juros dos EUA traz o risco de uma interpretação de maior pessimismo da autoridade monetária em relação à economia, o que poderia gerar reações negativas.
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Os preços do petróleo reduziram recentemente o ritmo de queda, mas as ações da Petrobras (PETR4) caíram mais de 1,00%. Na volta do feriado na China, o minério de ferro fechou com queda de 4,12% em Dalian. A participação da Vale (VALE3) caiu 1,10%.
Além da pressão das commodities, o Ibovespa reflete a parcimônia dos investidores diante da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) e devido aos riscos fiscais. A expectativa majoritária é de aumento de 0,25 ponto percentual na taxa Selic, para 10,75% ao ano, mas há quem espere um aumento mais intenso. Portanto, o foco está no anúncio da decisão e se a votação será unânime ou não. “Será importante observar o comunicado, se abrirá espaço para uma aceleração de ritmo na próxima reunião”, aponta o economista da Tendências, em relatório.
Segundo Matos, da Medici Asset, uma possível valorização do real em meio à confirmação da queda dos juros americanos poderia mitigar a pressão sobre as expectativas inflacionárias à frente e possivelmente inibir uma Selic mais alta por muito tempo. “Também temos que observar quais serão os impactos da seca nos preços”, pondera.
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Ontem, o Ibovespa fechou em queda de 0,12%, aos 134.960,19 pontos.
Às 11h20, o Índice Bovespa perdia 0,58%, na mínima de 134.171,77 pontos, após variação zero, na máxima de 134.960,19 pontos, mesma pontuação da abertura. A Vale deu 1,20% e a Petrobrás entre 1,73% (PN) e 2,00% (ON).
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