Em meio à iminente transformação do Brasil na primeira economia mundial a atingir a saturação em pagamentos digitais, impulsionado pelo extraordinário sucesso do PIX, pelo uso generalizado de parcelamentos sem juros em cartões de crédito e pela onda de inclusão financeira impulsionada pelas fintechs, o Morgan Stanley, em relatório denominado “fim do crescimento”, rebaixou a recomendação para as ações da Stone (BDR: STOC31), negociada na Nasdaq, e do PagBank (BDR: PAGS34), negociada na NYSE, de peso igual (exposição igual à média do mercado, equivalente a neutra) para abaixo do peso (exposição abaixo da média do mercado, equivalente a vendas).
O banco também reduziu drasticamente o preço-alvo da Stone, de US$ 16,50 para US$ 7, e do PagBank, de US$ 14 para US$ 6,50, pois prevê uma queda de 50% a 40%. nos preços dos ativos. As ações das duas empresas caíram acentuadamente nesta quinta-feira (5), com STNE caindo 6,42% (US$ 11,80) e PAGS caindo 8,49% (US$ 9,70).
Com os pagamentos digitais provavelmente representando cerca de 94% das despesas de consumo pessoal até o final de 2024, o Brasil terá a maior taxa de penetração global e alcançará efetivamente a saturação. “As ramificações deste marco no ecossistema de pagamentos são muitas, particularmente o crescimento e a rentabilidade da aquisição de clientes, que provavelmente enfrentará uma pressão significativa no futuro”, destacam os analistas.
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Na avaliação do banco, o mercado está subestimando a saturação do mercado de pagamentos no Brasil ou superestimando os ganhos de participação de mercado para ambas as empresas.
Além do crescimento mais lento do volume, segundo Morgan, as receitas deverão sofrer pressão pela queda dos preços da taxa de desconto (MDR) e do pré-pagamento, devido à rentabilidade excessiva e injustificada do produto. Os modelos do banco projetam que os preços do pré-pagamento diminuirão entre 20% e 25% nos próximos seis anos.
Mesmo com esta redução, o produto ainda proporcionará um retorno sobre o capital próprio ajustado ao risco (ROE) altamente atrativo.
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Morgan aponta ainda que o consenso é excessivamente otimista, projetando uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) do volume total de pagamentos (TPV) de 6 anos de 13% para o PagBank e 12% para a Stone, enquanto vê um CAGR de 9% para ambos.
Em relação aos níveis de alavancagem, os analistas comentam que o negócio de pagamentos digitais beneficia de uma alavancagem operacional considerável devido à sua elevada percentagem de custos fixos, o que leva a custos mais baixos por transação à medida que as receitas crescem. Por outro lado, quando os preços ou os volumes diminuem, as margens de lucro caem rapidamente.
Dadas as estimativas de receitas excessivamente optimistas incorporadas no consenso, prevê-se que as margens de lucro líquido se expandam significativamente ao longo dos próximos seis anos – uma suposição que Morgan disse ser “difícil de apoiar”. Embora o lado vendedor preveja uma melhoria de 170 pontos base na margem líquida do PagBank até 2030 e uma melhoria de 390 pontos base na Stone, o banco antecipa uma contração de 400 a 600 pontos base.
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