O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira, em dia de realização de lucros, após renovar máximas históricas, ultrapassando os 137 mil pontos na véspera, movimento endossado por cautela antes do discurso do presidente do Federal Reserve.
Índice de referência para a bolsa brasileira, o Ibovespa caiu 0,95%, para 135.173,39 pontos, tendo registado 134.835,74 pontos no mínimo e 136.462,18 pontos no máximo da sessão.
O volume financeiro totalizou 22,2 bilhões de reais.
“É uma realização de lucro… depois de vários dias de crescimento e renovação de marcas históricas”, avaliou a estrategista Jennie Li, da XP.
Até a véspera, quando renovou a máxima histórica intradiária aos 137.039,54 pontos, o Ibovespa acumulava alta de mais de 7% em agosto considerando o pico do pregão. Com a correção negativa nesta sessão, soma agora um ganho de quase 6%
Segundo Li, esse desempenho positivo reflete em grande parte o retorno dos investidores estrangeiros à bolsa paulista, o que está relacionado principalmente à perspectiva de queda dos juros nos Estados Unidos.
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“A maior probabilidade é que o Federal Reserve comece a cortar os juros em setembro”, observou o estrategista, que vê espaço para que as ações do Brasil continuem subindo no cenário atual. XP prevê Ibovespa em 147 mil pontos no final do ano.
Neste contexto, as atenções voltam-se para o discurso de Jerome Powell, na sexta-feira, num evento com representantes do banco central em Jackson Hole, Wyoming, à procura de sinais sobre os próximos passos da autoridade monetária norte-americana.
A Ágora Investimentos destaca que os investidores aguardam os discursos de Powell num contexto em que uma nova rodada de dados sobre atividade, emprego, indústria, serviços e habitação apresentou nuances divergentes ao mostrar resiliência em alguns setores da economia norte-americana, mas indicar deterioração em outros. . Além disso, os comentários cautelosos dos responsáveis da Fed sobre uma redução gradual das taxas de juro ajudaram a trazer cautela aos mercados, impulsionando os rendimentos dos títulos do Tesouro, fortalecendo o dólar à escala global e pressionando os índices bolsistas de Nova Iorque. Na Europa, os mercados bolsistas terminaram o dia com um comportamento misto e pouco dinamismo, apesar dos melhores dados de atividade (PMI) na região.
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A correção descendente do pregão brasileiro também teve como componente a alta das taxas dos contratos futuros de juros, na esteira de novo discurso duro contra a inflação do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, e o aumento da Rendimentos do Tesouro no exterior.
DESTAQUES
– VIBRA ON (VBBR3) caiu 3,45%, após assinatura de acordo para antecipação do direito de compra dos restantes 50% de participação na Comerc, em conjunto com a Perfin Infra e demais acionistas da Comerc, no valor de 3,52 bilhões de reais. A Vibra adquiriu cerca de 50% da empresa em 2022 e tinha o direito de comprar o restante da participação até 2026.
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– ITAÚ UNIBANCO PN (ITUB4) perdeu 0,92%, tendo como pano de fundo relatório de analistas do UBS BB que reduziu a recomendação da ação para “neutra”, mas manteve o preço-alvo em 42 reais. No setor, BANCO DO BRASIL ON (BBAS3) perdeu 2,42%, SANTANDER BRASIL UNIT (SANB11) perdeu 0,32% e BRADESCO PN (BBDC4) fechou em queda de 0,7%.
– PETROBRAS PN (PETR4) subiu 0,14%, apoiada pelo sinal positivo dos preços do petróleo no exterior, onde o barril do Brent encerrou em alta de 1,54%.
– VALE ON (VALE3) ganhou 0,14%, após desempenho robusto na véspera, em meio ao avanço dos futuros de minério de ferro na Ásia. O contrato mais negociado em Dalian, na China, fechou as negociações diurnas com alta de 0,41%, enquanto o mês de referência em Cingapura apresentou alta de 0,09%.
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– CVC BRASIL ON (CVCB3) perdeu 6,52%, corrigindo parte do salto da véspera, quando fechou com valorização de 12,75%. No mesmo contexto, a MRV&CO (MRVE3) caiu 5,28%, devolvendo parte dos ganhos recentes, em movimento apoiado na alta dos juros futuros após declarações do diretor do BC.
– WEG ON (WEGE3) valorizou 1,44%, renovando máxima histórica de fechamento, a 53,43 reais. Na máxima do dia, chegou a 54,78 reais.
– EMBRAER ON (EMBR3) avançou 2,15%, ao preço recorde de fechamento de 46 reais, com relatório de analistas do Bank of America no radar elevando o preço-alvo dos ADRs (recibos de ações negociadas nos EUA) da fabricante brasileira de aviões de 28 a 40 dólares.
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(com a Reuters)
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