Leandro Ross havia terminado a graduação em fisioterapia quando decidiu se especializar para aprimorar suas habilidades na área da saúde. Durante a pós-graduação, um professor-orientador disse certa vez que seu pai investia no mercado financeiro.
Prevendo uma profissão de baixa remuneração pela frente, parecia uma luz no fim do túnel. Coincidentemente, duas semanas depois ele estava com amigos em uma casa de praia quando conheceu um casal que estava comerciante. O homem recém-conhecido abriu seu caderno e mostrou-lhe um gráfico operacional típico.
Pouco material de estudo
“Foi a primeira vez que ouvi falar do mercado financeiro. Isso foi em 2003, 2004. Eu sabia que existia a bolsa, mas tinha muito pouco conhecimento”, lembra Ross. Depois, começou a pesquisar o que tinha ouvido de outras pessoas em um período de menos de um mês.
“Queria outra fonte de renda porque sabia que a profissão que escolhi era um pouco mais difícil”, diz. Em 2005, começou a estudar e fazer cursos. Ele lembra que havia pouco material disponível na época para aprender o troca.
Com o fim da especialização em fisioterapia, passou a atuar na área, mas, ao mesmo tempo, realizou suas primeiras operações, mais longas, no mercado financeiro, com funções conhecidas e capital reduzido.
“Tive um ciclo de mercado muito próspero. Eu pensei que ele era bom. Depois veio 2008, com a quebra do subprime. Eu levei o primeiro golpe”, diz ele. Por conta disso, ficou seis meses sem operar entre 2008 e o início de 2009, quando voltou a olhar para o mercado financeiro, desta vez com foco em comércio diurno.
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Lições da crise de 2008
“Aprendi boas lições com a crise de 2008. Aprendi que existiam ciclos de mercado. Todo mundo passa por um período de crash ou mini crash. Muito é arrecadado, mas vários ativos estão subvalorizados. E aí consegui encontrar boas empresas com preços bem atrativos”, lembra.
Leandro Ross ainda levou a vida de comerciante paralelamente à profissão que formou. “Em 2010 comecei a ver uma evolução. Naquele momento decidi que tinha que mudar de carreira e, para isso, precisava fazer outra graduação”, conta.
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Ele então ingressou na escola de administração à noite, mas trabalhava no consultório de fisioterapia pela manhã e operava à tarde. Pouco depois, imaginou que seria importante obter o Certificado Nacional de Profissional de Investimentos (CNPI) para se diferenciar no mercado. E foi isso que ele fez.
“Até que apareceu uma vaga na Rico (corretora) e acabei sendo contratado. Minha jornada como analista (financeiro) realmente começou aí. As coisas começaram a funcionar”, diz. Em 2014 mudou de corretora, passando a atuar apenas no mercado financeiro.
Durante a pandemia, em maio de 2022, foi contratado pela Clear, da XP, permanecendo no grupo até hoje como analista, incluindo sala de mentoria. “Foi uma carreira que acabei buscando para me trazer mais qualidade de vida”, destaca.
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Melhor e pior momento juntos
Neste tempo de comerciante teve seu melhor e seu pior momento no mesmo período. Em 2019, entrou num ciclo de vários ganhos consecutivos.
“Vim de 62 pregões positivos. Nossa, estou voando, vou bater minha meta do ano. Acabei me alavancando para uma posição muito maior do que deveria, do que estava acostumado e do que cabia no bolso. No final, sofri muito parar (parando a operação por prejuízo) com um lote gigante (de minidólares)”, explica.
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”A perda foi de cerca de 70 mil. Não é um absurdo para alguns que já perderam muito, mas para mim foi”, afirma. “Funcionou muito bem por quase três meses. Mas eu estava confiante demais. Eu já atuava há mais de 10 anos. Então, existem essas inconsistências. Às vezes há um desencontro, que pode estragar tudo”, afirma.
Depois do turbilhão, ele sentiu medo de operar novamente. “É difícil restabelecer porque falta confiança”, diz ela. A primeira coisa que ela fez foi reduzir o tamanho do lote para voltar a operar.
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Conheça os riscos
O comerciante Hoje opera com miniíndice e minidólar e costuma utilizar Price Action para leitura de contexto. “O cara que vai começar hoje tem muita informação. Isso pode gerar confusão, pois existe conteúdo bom e conteúdo ruim. É difícil para o cara saber. A primeira coisa é ele encontrar pessoas que identifiquem o melhor caminho para ele”, explica.
“A fórmula que vale para quem está começando, independente da técnica a, b ou c, é entender que toda vez que uma operação de mercado é aberta, estamos correndo algum risco ali. Conheça bem esses riscos, controle-os bem”, explica.
“Não deixe isso ultrapassar os limites e tente manter esse risco em um valor padrão. Não corra riscos assimétricos porque isso eliminará o potencial de análise posterior. Achamos que um troca que pode dar certo vale a pena correr riscos maiores – mas como podemos fazer isso se nunca sabemos qual troca Vai dar certo”, destaca.
Guias de análise técnica:
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