Os US$ 2 bilhões em investimentos no Brasil, anunciados esta semana pelo Grupo Latam, já estavam dentro do plano estratégico da empresa, afirma o CEO da operação brasileira. Os recursos estão previstos para os próximos dois anos e, segundo Jerome Cadier, o valor “deve se repetir nos próximos anos”. O executivo não confirmou se a companhia aérea irá adquirir aeronaves da Embraer, mas deixou a possibilidade em aberto.
Grande parte do investimento, segundo Cadier, será direcionada para frota e manutenção.
“Temos enfrentado uma situação de restrição na disponibilidade de aeronaves. Desde o ano passado, buscamos alternativas para continuar crescendo. Temos capacidade, estamos gerando caixa e queremos crescer. Precisamos de aeronaves”, disse o executivo, em entrevista coletiva sobre os resultados da Latam do segundo trimestre de 2024.
Com menor disponibilidade de motores no mercado, Airbus e Boeing ficam limitadas no fornecimento de aeronaves. “Continuaremos avaliando todas as opções, inclusive a possibilidade de crescer com a frota que temos hoje.”
Outra possibilidade é expandir com aquisição de aeronaves menores. Cadier usou o Airbus A220 e o Embraer E2 como exemplo.
“A frota menor poderia vir da Embraer, poderia vir da Airbus. Mas não há confirmação de qualquer número de aeronaves. O que existe é uma empresa comprometida em manter o crescimento.”
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Além da frota e da manutenção, os recursos direcionados ao Brasil devem ser utilizados em modernização de cabines de aeronaves antigas, instalação de equipamentos de conexão à internet nas aeronaves, construção de uma nova sala VIP Latam no aeroporto de Guarulhos e investimentos no site e aplicativo do programa de fidelidade da companhia aérea.
Impacto da reforma tributária
Durante a entrevista coletiva, o CEO da Latam Brasil foi questionado sobre os impactos da reforma tributária na aviação e disse: “para alguns setores a reforma reduz a carga tributária, para outros aumenta. A aviação é um dos setores onde há um aumento significativo da carga tributária na proposta discutida hoje no Congresso”, afirma.
A proposta de reforma prevê impostos mais baixos para as companhias aéreas que transportam mais passageiros em voos regionais.
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“No texto atual, independentemente de haver benefício para a aviação regional, o impacto na arrecadação de impostos e nos preços para o consumidor final continua grave”, afirma Cadier.
“Isso resultará em um aumento significativo nos preços das passagens aéreas no mercado brasileiro. A demanda será impactada, pois o reajuste poderá ser de 15% a 20% da tarifa”, acrescenta.
A LATAM teve lucro líquido de US$ 146 milhões no segundo trimestre, acumulando US$ 405 milhões em lucro líquido no primeiro semestre do ano.
A receita operacional total atingiu US$ 3,0 bilhões no período, com aumento nas receitas de passageiros, dado o crescimento contínuo do segmento internacional e o desempenho das subsidiárias nacionais, mesmo durante a baixa temporada.
O EBITDAR ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e custos de reestruturação ou arrendamento) do trimestre foi de US$ 619 milhões, um aumento de 10,7% em relação ao trimestre anterior, refletindo um aumento na capacidade operacional e unidades de contenção de custos, excluindo combustível .
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