O Goldman Sachs reforçou a recomendação de compra dos ADRs (recibo de ações negociadas na Bolsa de Valores dos EUA) da Vale (VALE3), com ligeira redução do preço-alvo de US$ 16,20 para US$ 16, ainda com potencial de alta de 44% em relação a Fechamento de terça-feira (2). Nesta quarta-feira (3), as ações subiram 1,99%, a R$ 64,18.
Os analistas do banco apontam que, no acumulado do ano, os preços das ações da Vale caíram 30%, em comparação com 13-14% dos principais pares Rio Tinto e BHP, enquanto os preços do minério de ferro caíram 21%.
Com base em conversas com investidores, o Goldman aponta que os investidores locais parecem ter reduzido (ou mantido baixa) a exposição à Vale devido 1) ao pessimismo em torno do minério de ferro e 2) às visões cautelosas sobre a dinâmica operacional, enquanto os investidores internacionais também mantiveram uma baixa exposição devido a 1) uma clara preferência pelo cobre dentro dos metais, 2) ruído político em torno de uma potencial mudança de CEO e 3) incerteza sobre o acordo final em torno do acidente da Samarco.
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Como consequência da baixa exposição dos investidores, o banco vê a avaliação atual em níveis atrativos e acredita que razões para não investir acabarão por se tornar razões para comprar: 1) tanto a Vale quanto a BHP indicaram publicamente que são construtivas em um acordo final em torno da Samarco no curto prazo (que consideram importante para reduzir a percepção de risco dos investidores internacionais e desbloquear potenciais recompras/dividendos); 2) acredita que um bom suporte aos custos do minério de ferro, combinado com a continuação das altas exportações de aço e o baixo uso de sucata na China, poderia sustentar o minério de ferro acima de US$ 100 por tonelada e 3) espera que o momento operacional da Vale mostre uma recuperação moderada, mas não projeta deterioração adicional do seu cenário base (diferente dos últimos 3 anos).
“Não vemos sinais que possam impactar a alta do cobre, então isso deve continuar sendo um obstáculo para a Vale e potencialmente para a exposição ao minério de ferro”, pondera o banco.
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Do ponto de vista de avaliação, o banco vê o rendimento do FCF (fluxo de caixa livre) da Vale em 12% para 2024 e 10% para 2025, um desconto importante em relação aos pares, de 6% em média.
“Também observamos um rendimento adicional único de 5% como resultado de uma venda de participação de 10% no negócio de metais básicos (dinheiro a ser recebido no segundo trimestre). Acreditamos que quando acabar a incerteza sobre a liquidação de Mariana isso poderá desbloquear até 17% do potencial de dividendos/recompra”, avaliam os analistas.
Com base em conversas com investidores, o Goldman observa uma exposição muito baixa ao minério de ferro e à Vale e espera que notícias positivas desencadeiem uma reavaliação. Mais especificamente, o minério de ferro é considerado o produto mais exposto às tendências macroeconómicas da China e uma mudança na percepção em torno da actividade da China poderá desencadear uma entrada importante no sector. “Observamos também que a Vale tem peso de 14% no Ibovespa local, enquanto a maioria dos investidores tem exposição significativamente baixa”, avaliam os analistas.
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O banco atualizou suas projeções antes dos lucros do 2T, bem como da marcação a mercado dos preços das commodities, taxas de câmbio e frete. O Goldman espera agora que a Vale entregue 4,1 mil milhões de dólares em lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização, ou EBITDA (custos de minério de ferro sequencialmente mais fracos, compensados por melhores preços realizados e volumes mais elevados).
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