Na tarde desta quinta-feira (27), o presidente Lula sancionou o projeto batizado de “blusas taxativas”. Na realidade, o programa que recebeu sanção presidencial chama-se “Mover” e pouco tem a ver com importação de produtos acima de 50 dólares.
A taxa estava dentro da lei que criou o programa e foi aprovada como “jabuti”. O que, no jargão político, significa o termo para algo aprovado, mas completamente alheio ao objetivo do projeto.
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Confira mais detalhes sobre o projeto:
De qualquer forma, a notícia é vista como positiva para os varejistas da bolsa, pois garante “equity” para a concorrência com players estrangeiros.
Como destacou a XP, no final de maio, quando o projeto foi aprovado na Câmara, o tema favorece varejistas de vestuário de classe média, como C&A (CEAB3), dona da Riachuelo Guararapes (GUAR3) e Lojas Renner (LREN3), em além de players de e-commerce como Grupo Casas Bahia (BHIA3) e Magazine Luiza (MGLU3), pois traz alívio ao cenário competitivo frente ao AliExpress, Shein e Shopee.
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Para o presidente da Revizia, Vitor Santos, que tem vasta experiência na Secretaria de Finanças de São Paulo e é membro do conselho de administração, a decisão não seria justa porque “pesa” no preço de todos.
“A maior justificativa das empresas brasileiras foi que a isenção incentivou a concorrência desleal, dificultou o florescimento do mercado nacional e sua competitividade, mas a aplicação de um novo imposto sobre compras de produtos de até US$ 50 em varejistas digitais não resolverá a diferença de preços, mas aumentará ainda mais a carga sobre os consumidores”, comenta.
Apesar de ter ficado famoso pela “tributação de blusas”, o projeto beneficia outros segmentos de empresas. Entenda abaixo o que são e o que muda a partir de 1º de agosto?
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Incentivar a inovação
No objeto principal de Programa Mover está incentivando a participação formal em Mobilidade Verde e Inovação (termo que forma a sigla Mover). O programa visa incentivar e descarbonizar o setor automotivo.
Para tanto, o Sindicato recebeu solicitações de empresas que queriam participar. Na prática, a participação se dá por meio de créditos financeiros para investimentos “em pesquisa, desenvolvimento, produção tecnológica que contribuam para a descarbonização da frota de automóveis, ônibus e caminhões”.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), 69 empresas já possuem autorização concedida para operar no programa.
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Destes, 67 são para unidades fabris que já produzem autopeças, veículos leves e veículos pesados no Brasil; um é para serviços de P&D; e um é de projeto de realocação de fábrica de motores FCA Fiat Chrysler, vindos de outro país, com investimento previsto de R$ 454 milhões e geração de 600 empregos diretos, segundo o MDIC.
Setor de autopeças apoiado pela Mover
Até o início de abril, empresas como WEG (WEGE3) (tanto da divisão Drive & Controls quanto do segmento de equipamentos elétricos) e Marcopolo (POMO4) já havia obtido autorizações por meio de portarias publicadas no Diário Oficial da União (DOU).
A associação da WEG com componentes elétricos e baterias já foi motivo para a empresa ser considerada uma das empresas “expostas à inovação” pelo JPMorgan.
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A atuação nos mercados de transmissão e distribuição nos EUA bem como a exposição a energias renováveis reforçam o posicionamento da empresa. Esse desempenho deixa a empresa bem posicionada para o Mover, uma vez que a busca por mercados externos resulta em incentivos adicionais.
Em fevereiro, a WEG também recebeu financiamento de R$ 118,8 milhões para projetos de inovação por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A Marcopolo, por sua vez, desenvolveu seu próprio ônibus elétrico e deverá aproveitar a onda de eletrificação das frotas de ônibus urbanos no Brasil.
Segundo analistas, mesmo o segmento apresentando volumes baixos, há demanda por ônibus elétricos e a Marcopolo oferece a possibilidade de vendê-los tanto sozinha quanto com parceiros.
Além destes, Fras-Le (FRAS3), Iochpe-Maxion (MYPK3), Mahle Metal Leve (LEVE3), Randoncorp (RAPT4) e Tupy (TUPY3).
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