Desde suas primeiras palavras como presidente da Petrobras (PETR4), há 3 semanas, Magda Chambriard pediu calma. Para a maioria das questões, o representante da petrolífera pede paciência e indica que os estudos levam tempo e as decisões requerem consideração. Há, porém, um tema sobre o qual o novo presidente tem pressa e considera que já se perdeu muito tempo: a exploração da Margem Equatorial.
A faixa que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte tem potencial para ser “o novo pré-sal”, segundo dados da Petrobras. A primeira licitação para exploração na região aconteceu em 2013 e, há alguns anos, a petroleira vem pedindo licenças para perfurar na chamada “nova fronteira”.
Considerando novas descobertas de petróleo na costa da Guiana, Guiana Francesa e Suriname, a empresa indica o valioso potencial exploratório da Margem Equatorial. A Petrobras já perfurou mais de 1000 poços na região, sendo o primeiro deles (para análise da região) a mais de 160 km do ponto mais próximo da costa e a 500 km da foz do rio Amazonas.
Continua após a publicidade
Baixe uma lista de 10 ações Small Caps que, na opinião de especialistas, têm potencial de crescimento nos próximos meses e anos
Segundo a Petrobras, todos os requisitos solicitados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foram atendidos. “Entendemos que já enviamos mais do que suficiente, muito mais do que a lei exige e continuamos a aguardar e a colocar-nos à disposição para o diálogo”, afirmou a presidente da empresa, por ocasião da sua tomada de posse. A empresa afirma ainda que já realizou simulações no local para comprovar sua capacidade de resposta imediata a possíveis vazamentos.
Ibama em greve
Para o Ibama, porém, ainda faltam elementos para a tomada de decisão. Procurado por InfoMoney, o órgão informou que “está em andamento a análise do recurso administrativo apresentado pela Petrobras”. O instituto afirmou ainda que em março de 2024 foi enviado à Petrobras o “ESCRITO Nº 69/2024/CGMAC/DILIC”, indicando o cumprimento das vistorias exigidas pela Funai, para uma avaliação adequada dos impactos aos povos indígenas da região do Oiapoque ( PA)”.
Continua após a publicidade
Segundo a reportagem, a Petrobras ainda não havia apresentado resposta à referida carta.
Além disso, a greve em curso no Ibama já está impactando a análise do pedido, embora todos os requisitos já tenham sido atendidos. Segundo a petroleira, o parecer aguardado é sobre o pedido de reconsideração apresentado após o indeferimento da exploração em maio do ano passado.
A luta pelo resultado ultrapassou os limites da petroleira e envolveu o presidente Lula e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Lula destacou, em entrevista nesta sexta-feira (21), à rádio Mirante News, de São Luís, que é preciso fazer medições para saber “a quantidade de riqueza que tem lá embaixo”. E destacou que a Petrobras é a empresa com maior competência para exploração de petróleo em águas profundas. Este foi apenas o mais recente de muitos discursos do presidente a favor da exploração na região.
Continua após a publicidade
O discurso é semelhante ao apresentado pelo ministro Silveira. Ao falar na posse da presidência da Petrobras, Silveira afirmou que a exploração da região é necessária para garantir a autossuficiência e consolidar a transição energética. Ele afirmou que a exploração da região é “uma questão de soberania nacional e de responsabilidade para com os brasileiros”. Ambos pedem urgência na tomada de decisões do instituto vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. Segundo o presidente do Ibama, a decisão “deve sair em breve”, sem especificar data.
Por que a pressa?
Na visão de muitos especialistas ligados ao mercado de energia, o tempo que já passou e a demora no início da exploração podem impactar diretamente no valor a ser obtido na região. Segundo Adriano Pires, presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura, é importante que o mesmo erro cometido com o “pré-sal” não se repita. O especialista, que já foi cogitado para a presidência da petroleira, comenta que houve um atraso nas discussões que fez com que o leilão do pré-sal demorasse 5 anos para acontecer.
Agora, o mesmo erro não pode ser cometido. Como explica Pires, a produção de petróleo na região levaria mais 4 a 5 anos após o início da perfuração. Na projeção do instituto, segundo dados já divulgados, a exploração da região traria cerca de 1,1 milhão de barris adicionais por dia, considerando a atual produção brasileira. O especialista destaca, porém, que há preocupação com a capacidade financeira da Petrobras para investir na exploração da região.
Continua após a publicidade
Descubra o passo a passo para viver de dividendos e ter uma renda mensal previsívelcomeçando nas próximas semanas.
“Quanto mais você adia, mais você adia também o aumento da produção brasileira de petróleo. E aí, conforme vem essa produção, pode até ser que o petróleo não tenha o valor que tem hoje”, comenta. O especialista destaca que é improvável que a commodity tenha nos próximos anos o mesmo destaque que tinha naquela época. E, na sua visão, há uma penalidade para a sociedade com os adiamentos feitos. “Quanto mais demorar, pior será para você arrecadar recursos, para ajudar com uma política social consistente, nesta região que é a mais pobre do Brasil. Já cometemos esse erro no pré-sal. Vamos fazer isso de novo?” ele pergunta.
Região ainda desconhecida
Se para alguns o início da exploração já demorou muito, para outros há necessidade de mais estudos para compreender a região. Para a oceanógrafa Renata Nagai, pesquisadora da USP apoiada pelo Instituto Serrapilheira, a região é rica em ecossistemas tanto subaquáticos quanto litorâneos, incluindo muitos ainda não estudados. A pesquisadora destaca que o espaço é rico em manguezais que podem ser totalmente destruídos em caso de vazamento. “Precisamos pensar um pouco. A proteção dessas áreas ainda está em discussão, podemos esperar um pouco”, afirma.
Continua após a publicidade
Além da questão ambiental, Renata considera que, apesar dos possíveis benefícios dos royalties para a região, não há garantia de que esses valores seriam revertidos em benefício da população mais vulnerável. “Saímos da esfera do que, por exemplo, a Petrobras pode fazer, porque aí não é da sua competência”, menciona, refutando um dos principais argumentos a favor da exploração.
Outro ponto destacado pelo pesquisador são os compromissos assumidos pelo Brasil em favor da transição energética. “Então, vamos explorar um novo campo petrolífero, mas queremos fazer uma transição energética longe dos combustíveis fósseis? Não deveríamos talvez estar pensando em outros fatores?
A lei de transição energética
Gerar renda e encontrar mão de obra será fundamental para a região considerada “a mais pobre do país”, afirma Carlos Logulo, organizador do Oil & Gas Summit (evento que terá como tema “Margem Equatorial e Transição Energética” em 2025).
A exploração da Margem Equatorial também tem potencial para criar uma “capital” petrolífera na região, segundo Logulo, que poderia ser Fortaleza (considerando a estrutura já presente na cidade para esse fim). Para ele, não há incompatibilidade entre a transição energética e a produção de petróleo na região.
Para Magda, o petróleo pagará a conta da transição energética. E, em especial, a exploração que será realizada na região. A ligação do setor com as novas tendências de energia limpa já foi defendida pelo antecessor do presidente da Petrobras.
O argumento, no entanto, é refutado por alguns estudos.
Segundo a Leggio Consultoria, a produção nas bacias do Sudeste (Espírito Santo, Campos e Santos) já seria suficiente para atender a demanda nacional de petróleo projetada até 2060.
“A discussão deve ser feita do ponto de vista da estratégia comercial da Petrobras: a empresa quer ampliar sua produção para exportação e em troca o Estado irá arrecadar mais impostos, a questão é o interesse da sociedade em preservar aquela região. A segurança energética não é decisiva nessa discussão”, pondera Marcus D´Elia, sócio da Leggio Consultoria.
Por fim, o especialista destaca que, além do risco ambiental, são fundamentais as confirmações técnicas de que as reservas são de fato representativas e da qualidade do produto obtido.
emprestimo negativado porto alegre
o que significa maciça no inss
pedir emprestimo
qual banco faz empréstimo com desconto em folha
empréstimo 5 mil
baixar picpay
site para empréstimo
empréstimo no cartão de crédito simulação
empréstimo ame
simulação emprestimo bb
empréstimo banco pan para negativado
banco picpay
azul empréstimo
contratando agora
emprestimo consignado privado