As taxas dos DIs com prazos mais curtos fecharam a quarta-feira, 5, em alta firme, com investidores reforçando suas apostas de que o Copom não reduzirá mais a taxa básica Selic, enquanto as taxas de longo prazo terminaram perto da estabilidade, após dados fracos de emprego nos EUA sugeriram uma maior possibilidade de uma redução da taxa de juro por parte da Reserva Federal.
Na prática, o dia foi de acentuação da curva de prazo.
No final da tarde, a taxa DI (Depósito Interbancário) de janeiro de 2025 — que reflete a política monetária no curtíssimo prazo — estava em 10,47%, ante 10,406% do reajuste anterior. A taxa DI para janeiro de 2026 foi de 10,935%, ante 10,848% do reajuste anterior, enquanto a taxa de janeiro de 2027 foi de 11,255%, ante 11,205%.
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Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2029 foi de 11,665%, praticamente estável frente ao reajuste de 11,664%, e o contrato de janeiro de 2031 foi de 11,83%, leve queda frente ao reajuste de 11,858%.
Após o avanço verificado na véspera, em sentido contrário ao exterior, as taxas DI abriram em baixa na quarta-feira, com investidores aguardando a divulgação de novos dados sobre a economia norte-americana.
Às 9h15, o relatório da ADP mostrava que foram abertos 152 mil empregos no setor privado em maio, abaixo dos 188 mil em abril. Economistas consultados pela Reuters previram 175 mil no mês passado.
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Os números pesaram sobre os rendimentos do Tesouro, em meio a apostas crescentes de que o Federal Reserve poderia reduzir sua taxa de juros duas vezes em 2024.
No Brasil, as taxas DI acompanharam o movimento: o prêmio do contrato de janeiro de 2027 — um dos mais líquidos — atingiu mínimo de 11,155% às 9h15 e 9h50, queda de 5 pontos-base em relação ao reajuste anterior.
Durante a manhã, porém, as taxas dos contratos de curto prazo se recuperaram, enquanto os contratos de longo prazo permaneceram ligeiramente mais baixos. Essa recuperação das taxas no Brasil se deveu, em parte, à retomada da força nos rendimentos a partir das 11h, quando foram divulgados os dados do setor de serviços norte-americano.
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O Institute for Supply Management (ISM) informou que seu Índice de Gerentes de Compras (PMI) do setor não manufatureiro subiu de 49,4 em abril para 53,8 no mês passado. A leitura de maio, a mais alta desde agosto, superou as estimativas de todos os 59 economistas em uma pesquisa da Reuters, cuja mediana era de 50,8, pouco acima do nível 50 que separa o crescimento da contração.
“Os dados dos EUA foram mistos. Embora o PMI de serviços indicasse forte expansão, tivemos o setor privado que criou vagas um pouco abaixo do esperado”, destacou Marcos Moreira, sócio da WMS Capital.
Mesmo assim, os números do ADP mantiveram os rendimentos em território negativo, o que sustentou a queda das taxas longas no Brasil durante praticamente todo o dia.
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“Os dados da ADP ficaram abaixo das expectativas, o que é um sinal positivo. Isso gerou uma correção na curva no exterior, que se reflete nos vértices mais longos do Brasil”, comentou João Ferreira, sócio da One Investimentos, durante a tarde. “O curto prazo ainda tem uma sensibilidade maior de que o Copom não deveria mais cortar juros aqui”, acrescentou.
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Os profissionais também consideraram que o cenário fiscal no Brasil continua preocupante, o que tem mantido as taxas futuras em níveis mais elevados, mesmo quando os rendimentos do Tesouro estão em queda.
Perto do fechamento desta quarta-feira, a precificação da curva a termo brasileira indicava 96% de chance de manutenção da taxa básica Selic em 10,50% ao ano na reunião de junho do Comitê de Política Monetária, contra apenas 4% de probabilidade de corte de 25 pontos base. Na véspera, esses percentuais eram de 80% e 20%, respectivamente.
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No exterior, os rendimentos dos títulos dos EUA continuaram a cair no final da tarde.
Às 16h54, o rendimento do Tesouro a dez anos – referência global para decisões de investimento – caía 5 pontos base, para 4,287%.
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