O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que o arroz agulha tipo 1 que será importado pelo governo brasileiro deverá estar disponível para compra nos mercados em até 40 dias ao valor de R$ 20 o pacote de 5kg.
Segundo ele, o edital de importação de 300 toneladas de alimentos será publicado nesta quarta-feira (29) e tem validade de 90 dias.
Mesmo assim, segundo o ministro, a disponibilidade de alimentos ainda depende de qual país o insumo será importado. Segundo ele, por exemplo, se você é da Ásia demora mais para chegar.
Fávaro destacou ainda que o governo ficou “muito chateado” com os players do Mercosul, que têm arroz em estoque, e aumentou os preços do primeiro leilão de compra do insumo lançado pelo Brasil.
“Em quatro dias do lançamento do leilão, o volume de recursos disponíveis para comprar 100 mil toneladas foi suficiente para comprar apenas 70 mil, ou seja, 30% mais caro. Aí o governo suspendeu o leilão, e por ordem do presidente Lula retiramos o imposto de importação de todo o país, e agora o Brasil está aberto para receber arroz de todo o mundo. Já estamos recebendo arroz da Tailândia”, afirmou durante participação no programa Bom Dia, Ministro, esta quarta-feira.
A medida foi adotada pelo governo federal para ajudar a lidar com as consequências sociais e econômicas das enchentes que assolam o Rio Grande do Sul, responsável por 70% da produção de arroz do país.
Fávaro destacou ainda que a medida não visa insultar os produtores brasileiros. Nas últimas semanas, os produtores de arroz manifestaram oposição à proposta, pois, segundo eles, as colheitas foram feitas antes de ocorrer o desastre climático no RS e, portanto, teriam alimentos suficientes para evitar o desabastecimento no país.
Mesmo assim, com os danos nas colheitas, os preços dos alimentos nos mercados subiram 40% em trinta dias.
“Com tudo o que estamos fazendo pelo RS, o governo não quer de forma alguma confrontar os produtores de arroz, mas devemos olhar para isso de forma holística: quais as consequências dessa tragédia para a população brasileira? O RS concentra 70% do arroz produzido no Brasil, outros 15% em SC e o restante em outros estados do Brasil. O arroz, assim como o feijão, é a base da alimentação do povo brasileiro”, disse Fávaro.
O ministro também criticou o movimento especulativo de aumento de preços “em cima da tragédia”. Ele ressaltou que a ação do governo é coibir esse tipo de abuso e reforçou que não se trata de uma “afronta” aos produtores.
Fávaro destacou ainda que não haverá racionamento nem controle da quantidade a ser comprada pelas pessoas nos mercados. Ele disse ainda que, com a medida, o mercado retornará naturalmente aos patamares de preços anteriores.
“Se alguém está especulando [os preços], mas o governo estiver oferecendo um preço justo, o mercado voltará a ter um preço justo. Não queremos confrontar ninguém, longe de ter qualquer intervenção.
O Brasil produz mais de 10,5 milhões de toneladas de arroz, não 300 mil que vão intervir no mercado, mas vai dar o tom e acabar com a especulação”, disse.
Compartilhar: