A primeira onda de medidas emergenciais anunciadas pelo governo federal nas últimas semanas para apoiar o Rio Grande do Sul representa uma despesa primária de pelo menos R$ 13,4 bilhões, segundo o Ministério da Fazenda, número que deve subir após a implementação de iniciativas que novos as ações de socorro ainda não foram detalhadas.
Após o desastre causado pelas fortes chuvas que atingiram o estado, o governo federal e o Congresso reconheceram estado de calamidade na região, abrindo caminho para a liberação de recursos para ações de resgate, assistência social e reconstrução sem afetar a meta de resultado primário para o ano ou o limite de gastos imposto pelo quadro fiscal.
Segundo o Ministério da Fazenda, o desembolso formalizado até o momento diz respeito à medida provisória que abriu R$ 12,2 bilhões em crédito extraordinário para uma série de ações.
Dentro desse valor previsto na MP, há, por exemplo, cerca de R$ 7 bilhões que serão usados para garantir financiamentos e reduzir juros.
Outros R$ 500 milhões serão destinados ao pagamento de parcelas adicionais do seguro-desemprego às pessoas afetadas pela catástrofe.
O valor inclui ainda assistência social, segurança alimentar, saúde, educação e outras ações emergenciais.
R$ 516 milhões para importação de arroz também fazem parte da medida com o objetivo de evitar aumentos de preços, já que o Rio Grande do Sul é o principal produtor do grão no país.
Outra iniciativa anunciada pelo governo é o pagamento de R$ 5,1 mil, em parcela única, a 240 mil famílias atingidas pela tragédia, a um custo estimado de R$ 1,2 bilhão. Com isso, o impacto primário das medidas já anunciadas atingirá R$ 13,4 bilhões.
Segundo a Fazenda, porém, ainda não foi aberto crédito para essa ação específica de pagamento às famílias.
Em outra medida já anunciada, mas sem apresentar o impacto fiscal estimado, o governo federal informou que comprará imóveis para famílias de baixa renda que perderam suas casas devido às enchentes.
Neste caso, a iniciativa ainda está em fase de preparação e, segundo o Tesouro, há “necessidade de maior detalhamento da ação e se terá impacto primário adicional”.
Em outras frentes, o governo tem adotado iniciativas de apoio aos atingidos pelas chuvas que não geram impacto primário, como a antecipação de benefícios sociais e restituição do imposto de renda.
Segundo o Tesouro, a suspensão de três anos da dívida do Rio Grande do Sul com a União – que adiará o parcelamento de R$ 11 bilhões e perdoará R$ 12 bilhões de juros – não gera impacto primário.
Nesta sexta-feira (17), o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), estimou em R$ 14 bilhões a perda de arrecadação do estado devido às enchentes, prevendo também um custo de reconstrução superior a R$ 19 bilhões inicialmente apontado.
Leite também pediu ajuda ao governo federal para compensar as perdas.
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