Representantes da indústria gaúcha pediram ao governo federal a criação de um programa emergencial para manutenção do emprego e da renda do estado. O pedido faz parte de um conjunto de ações estimadas em R$ 100 bilhões e que foram solicitadas durante reunião com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, no Palácio do Planalto nesta sexta-feira (17).
Foi entregue um documento com 47 pedidos de reconstrução do setor. A delegação levantou preocupações com Alckmin – que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços – sobre a manutenção dos empregos na região e evitar o êxodo da população para outros estados.
Segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul, 90% da indústria gaúcha foi afetada e pelo menos 500 mil funcionários estão em dificuldades devido às enchentes que atingem a região.
“Precisamos ser rápidos. Acreditamos que se medidas forem tomadas e o dinheiro chegar a tempo, certamente teremos o estado de pé em três anos, afirmou o representante da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), Arildo Bennech Oliveira.
programa de emergência
A ideia de um programa emergencial foi baseada em uma lei do período pandêmico. A reivindicação inclui três pilares:
- Pagamento do Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, financiado com recursos da União sujeito à disponibilidade orçamentária;
- Redução proporcional de jornada de trabalho e salário;
- Permissão para suspensão temporária do contrato de trabalho.
A delegação industrial fez outras reivindicações laborais, como a possibilidade de implementação do teletrabalho, antecipação de férias individuais, concessão de férias colectivas e antecipação de férias.
Juros zero
Outra demanda foi a criação de linhas de crédito especiais a juros zero para capital pagar folha de pagamento e adquirir máquinas e equipamentos. Questionado se haverá novas medidas de crédito para a indústria gaúcha, Alckmin explicou que “o principal é estabelecer as taxas de juros e decidir qual será o tamanho da equalização”.
Segundo o vice-presidente, isso será discutido o mais breve possível com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“O presidente Lula afirmou que não faltarão recursos para ajudar na recuperação do Rio Grande do Sul. Então já conversamos com o BNDES, vamos conversar com o Tesouro. É preciso definir a questão dos juros, do fundo de garantia e das linhas de crédito, que devem ser para tudo – desde capital de giro, recomposição de máquinas, equipamentos, prédios, enfim, toda a área de reconstituição”, diz Alckmin.
Segundo o vice-presidente, o governo estuda fazer uma depreciação acelerada especificamente para o Rio Grande Sul. Nos próximos dias, o governo deverá sancionar um projeto de lei que incentiva o benefício contábil, que reduz o imposto de renda pessoa jurídica e reduz a contribuição social sobre o lucro líquido para renovação de máquinas e equipamentos.
Deputados estaduais afirmam que o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, pediu um cálculo de quanto o setor precisa para se recuperar no estado.
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