O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou que o debate entre os dirigentes do Comitê de Política Monetária (Copom) foi centrado em critérios técnicos e que todos os argumentos foram levados em consideração.
Na abertura da Conferência Anual do BC nesta quarta-feira (15), Campos Neto destacou que apesar da divergência, a maioria dos diretores reconheceu que havia argumentos suficientes para reduzir o “ritmo”, ou ritmo, do corte da taxa Selic .
Na última reunião do Copom, realizada em 8 de maio, os diretores ficaram divididos entre um corte de 0,25 ponto percentual e 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros.
Os diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) votaram por um corte maior, enquanto os demais membros do comitê e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, endossaram o número menor, fixando a alíquota em 10,50% ao ano. ano. ano.
Campos Neto destacou que, ao observar os dados do boletim Focus, percebeu-se que as expectativas estavam desancoradas e não parcialmente ancoradas.
Segundo ele, o prêmio de risco estava piorando quando olhou para o prêmio de risco no longo prazo.
“Havia uma percepção clara da credibilidade do quadro fiscal com possíveis implicações para a política monetária, isso também foi amplamente discutido. Foi claro o entendimento da maioria de que as mudanças foram relevantes e que deveríamos responder com uma mudança de ritmo”, disse.
“Dentro deste grupo, alguns até pensaram que tínhamos argumentos para alterar o equilíbrio de risco, como ficou explicado na ata. O debate centrou-se em critérios técnicos e todos os argumentos foram tidos em consideração”, sublinhou.
O banqueiro central destacou ainda “a extrema relevância das expectativas no sistema-alvo”.
Segundo ele, num debate de política monetária não se deve discutir a faixa de inflação, fixada em 1,5 ponto percentual (pp) para cima e para baixo, nem sobre atingir o centro da meta, em 3%, mas sim perseguir a meta.
“Discutimos a importância da convergência da inflação para 3% [em 2023]. Na verdade, num debate de política monetária não deveria sequer falar-se de centro e faixa. A nossa meta é de 3% e temos de a perseguir.
Ao comentar o debate na Comissão, Campos Neto destacou ainda que na ata anterior e no comunicado foi dito que a orientação tinha condições e o debate desta vez foi sobre a gradação dessas variáveis.
Quanto ao cenário externo, segundo ele, foram observados a taxa terminal e o risco do cenário de juros americano e entendeu-se que a taxa americana piorou.
Em relação ao Brasil, o debate centrou-se no “mercado de trabalho forte” e nas implicações que isso teve para a inflação dos serviços, além disso, o risco de inflação alimentar é menos benigno.
Segundo o banqueiro central, a incerteza política também foi discutida e continua elevada e gera incerteza no preço do petróleo.
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