A agência de classificação de risco Moody’s elevou nesta quarta-feira (2) a classificação de empresas como Vale, Gerdau e Ambev, na esteira da “elevação” da classificação de crédito do Brasil na véspera.
“Acreditamos que as classificações destes emitentes foram limitadas pela qualidade de crédito do ambiente soberano e, em alguns casos, ainda o são”, afirmou a Moody’s num relatório.
“A solvência dessas empresas não pode ser completamente dissociada da qualidade de crédito do governo brasileiro e, portanto, suas classificações precisam refletir de perto o risco que compartilham com o governo soberano.”
Anteriormente, a agência de classificação de risco reafirmou o rating corporativo da Petrobras em “Ba1” e elevou sua perspectiva de estável para positiva. A mudança reflete a perspectiva positiva para o rating soberano do Brasil.
Além disso, a visão reflecte também estimativas de que o perfil de crédito permanecerá praticamente inalterado durante os próximos 12 a 18 meses.
Apesar de ser uma empresa ligada ao governo, a Moody’s também avalia que há uma baixa probabilidade de a Petrobras entrar em default em decorrência de dificuldades de crédito soberano, dadas as sólidas métricas financeiras e estrutura de capital da empresa.
Por outro lado, o rating da Petrobras é “limitado” pela exposição da empresa a possíveis mudanças de política e ao risco de influência do governo nas decisões comerciais da empresa.
Nota de crédito do Brasil
Na terça-feira (1º), a Moody’s elevou o rating de crédito soberano do Brasil de Ba2 para Ba1. Com a melhoria da classificação de risco, o país recebe o chamado rating de grau de investimento, a nota de corte para uma instituição ou país ser considerado porto seguro para investimentos.
A Moody’s justificou sua decisão pela melhora no cenário de crédito do país, devido ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
Além disso, destacou as recentes reformas econômicas no país, como a tributária, que deverão melhorar o ambiente de negócios brasileiro, a fim de manter um forte crescimento no longo prazo.
Após o anúncio, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou a avaliação e afirmou que o Brasil está no caminho de retornar ao grau de investimento.
Haddad reforçou ainda que o relatório divulgado pela Moody’s está alinhado ao cenário trabalhado pelo ministério em relação à política fiscal do governo, que vem sendo criticado.
Anteriormente, o ministro havia criticado um relatório da Fitch sobre o Brasil, no qual a agência apontava que o desempenho econômico positivo do país não era suficiente para mitigar as incertezas sobre os elevados gastos públicos.
Em setembro, quando esteve em Nova York, Haddad já havia afirmado que o Brasil estava perto de recuperar o grau de investimento e que uma das três agências de risco aumentaria a classificação do país.
*Com informações da Reuters
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