Depois que o Irã bombardeou Israel na terça-feira (1º), os temores sobre o preço do petróleo reacenderam-se novamente.
Pouco depois dos ataques, o preço do barril subiu 5%. Ao final do dia, a referência do mercado internacional, o contrato tipo Brent, subiu 2,59%, a US$ 73,56. Nesta quarta-feira (2), a alta foi de 0,46%, negociada a US$ 73,90 por barril.
Os elevados estoques nos Estados Unidos e a flexibilização das restrições à produção pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) jogaram a favor de um aumento mais controlado.
E é exatamente por causa dessa maior oferta que Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, afirma que os preços das commodities continuam abaixo do que muitos esperavam.
Em entrevista com Guerra Mundial Esta quarta-feira, Pires lembra que, após o início da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, o barril estava cotado acima dos 100 dólares. Isto porque o conflito envolve dois dos maiores produtores de gás e petróleo do mundo.
“Isso levou empresas e países a aumentarem a produção. Do ponto de vista do mercado petrolífero, a oferta é grande e a procura não tem crescido como muitas pessoas esperavam”, aponta o especialista em energia e petróleo, destacando que as encomendas da China abaixo do esperado têm contido a procura global.
“Quando surgiu a primeira onda de agressão entre o Hamas e Israel, muitas pessoas pensaram que o petróleo voltaria a custar 100 dólares. Mas, mesmo com tudo o que está acontecendo, o petróleo continua abaixo das expectativas.”
Pires explica que o barril só deverá ultrapassar novamente a marca dos US$ 100 se o Irã realmente declarar guerra a Israel. “Somente quando a questão da guerra entre o Irão e Israel aumentar e aumentar significativamente, então haverá definitivamente uma grande repercussão nos preços.”
Isso porque o país é um dos principais produtores de petróleo da região. Segundo dados compilados pelo Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), o Irã foi o sétimo maior produtor da commodity em 2023.
Além disso, Pires aponta para o fato de o Estreito de Ormuz estar localizado no país. “Se for fechado, você fechará um terço da produção mundial de petróleo”, afirma o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura.
A avaliação do especialista é que, por enquanto, com a situação atual, o preço do barril deverá se estabilizar entre US$ 75 e US$ 80. Além disso, Pires reforça que dependerá da evolução da guerra.
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