A expansão do setor industrial brasileiro ganhou impulso em setembro com novo aumento da produção, maior criação de empregos e aceleração das vendas, apesar das pressões historicamente altas sobre os preços, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira (1).
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) da indústria brasileira, compilado pela S&P Global, subiu para 53,2 em setembro, de 50,4 no mês anterior, afastando-se ainda mais da marca de 50 que separa crescimento de contração.
Porém, devido ao baixo resultado de agosto, a média do terceiro trimestre foi a mais baixa até agora em 2024.
Os dados de Setembro mostraram o oitavo aumento consecutivo na produção industrial em nove meses, após um declínio em Agosto. As empresas que aumentaram a produção citaram o crescimento das vendas e as tendências de melhoria da procura.
As novas entradas de negócios em setembro aumentaram pelo nono mês consecutivo e no ritmo mais forte desde abril, de acordo com a pesquisa.
A produção de bens de capital, que pesou fortemente em agosto, foi o subsetor com melhor desempenho no mês passado em termos de vendas e crescimento da produção.
A procura internacional também ajudou a aumentar as vendas totais, com os participantes no inquérito a destacarem ganhos de encomendas provenientes de África, Ásia, América Latina e Europa.
O investimento em tecnologia, a procura resiliente e a necessidade de trabalhadores qualificados impulsionaram a criação de emprego em Setembro a um ritmo mais forte do que em Agosto.
Por outro lado, tanto os custos dos factores de produção como os preços cobrados aumentaram a uma das taxas mais fortes em mais de dois anos. Em meio a relatos de que a demanda por insumos superou a oferta, além de citações à desvalorização cambial e ao aumento dos custos de transporte, os produtores registraram aumentos nos seus custos operacionais, o que também levou ao aumento dos preços praticados.
As empresas ainda permaneceram confiantes num aumento da produção nos próximos 12 meses, com 62% dos entrevistados sinalizando otimismo. No entanto, o nível de sentimento positivo caiu para o nível mais baixo em seis meses.
“Apesar dos desafios, o sentimento positivo e o aumento das contrações nas indústrias sugerem que o crescimento da produção deverá continuar nos próximos meses, indicando resiliência no setor”, disse Pollyanna De Lima, diretora associada de Economia da S&P Global Market Intelligence.
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