Programa do governo federal para passagens aéreas de até R$ 200, Voa Brasil precisa acelerar em 54 vezes o ritmo de venda de passagens para consumir os 3 milhões de passagens previstas pelo Ministério dos Portos e Aeroportos (Mpor) e pelas empresas no lançamento da iniciativa em julho.
Segundo dados do Mpor, nos primeiros 58 dias de programa foram vendidos cerca de 10.400 bilhetes, numa média de 180 por dia. A partir de agora, seria necessário vender 9.738 ingressos diariamente (54 vezes mais) para consumir o total oferecido. Até agora, 0,34% dos 3 milhões foram vendidos.
Questionado, o Ministério destaca que o compromisso das empresas é oferecer 3 milhões de bilhetes num período de 12 meses e indica que é “impossível” saber quantos foram disponibilizados até agora. Hoje, só podem participar do programa os aposentados do INSS (cerca de 23 milhões de pessoas) que não viajaram nos últimos 12 meses.
Uma das apostas do governo para impulsionar esses números é a inclusão de estudantes de instituições públicas de ensino entre os beneficiados. Estão sendo finalizados os detalhes dessa nova etapa, que deverá ser oficializada no primeiro semestre de 2025. Estão sendo avaliadas possibilidades de atendimento aos alunos do Pronatec e do Prouni.
“Como trabalhamos com assentos ociosos e pessoas que não viajaram nos últimos 12 meses, podemos afirmar que a Voa Brasil tem um resultado satisfatório. O programa valoriza os aposentados, promove sua autoestima e aumenta a ocupação das aeronaves, reduzindo os custos operacionais da empresa, o que beneficia todos os usuários”, escreve o ministério.
A ideia da Voa Brasil é oferecer assentos ociosos a preços baixos, para que não haja subsídio do governo federal para compra de passagens. De janeiro a junho, a taxa média de ociosidade das aeronaves foi de 20% —ou seja, sobrou um em cada cinco assentos vazio.
Dois meses de Voa Brasil
Os destinos mais populares da Voa Brasil até agora foram São Paulo, Ceará, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. Cerca de 45% dos voos foram para Sudeste e 40% para Nordeste. A cidade mais procurada pelos aposentados foi a capital paulista, que recebeu neste período o equivalente a quase 20 aeronaves cheias, vindas de outros 47 municípios.
A capital cearense foi a cidade mais procurada do Nordeste. Uma em cada quatro passagens vendidas para a região foi para aeroportos do estado (Fortaleza, Juazeiro do Norte e Jericoacoara). O número de aposentados que voaram para Fortaleza desde o início do programa Voa Brasil seria suficiente para lotar mais de seis aeronaves.
Apesar do protagonismo dos grandes centros, segundo o Mpor, as cidades médias e pequenas, que normalmente atendem à aviação regional, têm conquistado cada vez mais a preferência do público-alvo. Neste trecho, Santarém (PA), Porto Seguro (BA), Campinas (SP), Sinop (MT) e Foz do Iguaçu (PR) estão entre os destinos mais procurados.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apesar de representarem mais de 10% da população, as pessoas com mais de 65 anos, público-alvo desta fase do Voa Brasil, representam apenas 2% dos passageiros dos voos comerciais. no brasil.
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