Em meio aos incêndios que assolam o Brasil, Belém do Pará sedia o evento turístico do G20 com foco em sustentabilidade, qualificação profissional e formas de financiamento público-privado. O encontro do grupo das principais economias do mundo começou nesta quinta-feira (19) e vai até sábado (21).
A intenção é finalizar um documento com o apoio das delegações participantes e que considerações na área sejam levadas à cúpula do G20, que reunirá os principais presidentes e líderes mundiais em novembro deste ano, no Rio de Janeiro.
A secretária executiva do Ministério do Turismo, Ana Carla Machado Lopes, disse CNN É significativo e relevante que o setor privado esteja mais próximo do governo nas iniciativas de turismo sustentável, uma vez que a modalidade agrega mais valor econômico e de imagem.
“O setor privado já tem um forte foco no turismo sustentável. O que antes era uma opção para cada pessoa agora se torna uma necessidade, uma obrigação”, afirmou.
O diretor de marketing internacional, negócios e sustentabilidade da Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo), Bruno Reis, afirma que o turismo pode ser um aliado para a proteção das florestas e dos biomas, principalmente em meio às mudanças climáticas.
“O G20 é uma grande oportunidade para discutirmos e criarmos parcerias com esses países, para fazermos um intercâmbio desses turistas”, afirmou.
“Este turista [que busca um circuito mais sustentável] está disposto a gastar mais ao trabalhar para proteger o bioma. Principalmente os turistas da comunidade europeia e norte-americanos estão dispostos a gastar mais, pois também se fala em descarbonização e plantação de árvores.”
Os desafios, porém, existem e não são poucos, principalmente diante dos cenários climáticos extremos que o Brasil vem vivenciando.
Ana Carla Lopes reconhece que os desafios permeiam não só a aplicação da sustentabilidade em si, mas também a prevenção de crises climáticas.
“As cidades são duramente atingidas, por isso temos que ter formas eficientes e eficazes de mitigar esses danos quando eles acontecem”, disse.
As queimadas no Pantanal afetaram animais monitorados por organizações que trabalham com ecoturismo, por exemplo.
Bruno Reis afirma que a Embratur monitora como as queimadas e enchentes no Rio Grande do Sul afetam a imagem e a chegada de turistas internacionais ao Brasil. Ele nega, porém, que tenha havido impacto no cancelamento de estrangeiros por conta dos incêndios nos últimos meses.
Ainda no âmbito do G20, o secretário executivo do Ministério do Turismo sublinha que a qualificação dos trabalhadores do sector é um elemento fundamental.
A lógica é que um profissional mais preparado ofereça melhores experiências aos turistas, além de maior inclusão social, principalmente em comunidades mais vulneráveis.
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