Os efeitos do novo ciclo de aumento da taxa básica de juros, a Selic, deverão ser sentidos pelos consumidores no curto prazo e de forma mais mitigada nas grandes operações financeiras, afirmam especialistas ouvidos pelo CNN.
Nesta quarta-feira (18), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu alterar a taxa Selic para 10,75% ao ano. Segundo estimativas do BC, qualquer movimento na taxa básica de juros leva de seis a nove meses para ser sentido na economia.
O efeito, porém, pode ocorrer primeiro nas pequenas operações de crédito, como cartões e cheques especiais, segundo o diretor executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel Oliveira.
“O impacto é imediato porque quando as taxas de juro sobem, no dia seguinte os próprios bancos anunciam a atualização das suas tabelas de juros. No caso de cheques especiais e cartões de crédito, o [alterações das taxas] ocorrerão nos próximos 30 dias”, explica Oliveira.
A economista e professora da PUC-SP, Cristina Helena de Mello, explica que o impacto no curto prazo é sentido mais rapidamente porque é um movimento de aperto, e não de redução das taxas.
“O aumento dos juros é repassado mais rápido do que a redução dos juros é repassada ao consumidor final. No caso de aumento dos juros, esse repasse é sentido no prazo de um a dois meses”, afirma Mello.
No caso de financiamentos em grande escala, como compra de bens duráveis e financiamento imobiliário, o efeito da variação das taxas de juros tende a acontecer em um período mais longo, por se tratarem de operações com horizontes longos, aponta Oliveira.
Além disso, o diretor-executivo destaca que se o aumento da taxa Selic for isolado, pouco afetará o dia a dia da população. Contudo, se houver um aumento contínuo das taxas de juro, o impacto torna-se mais relevante na economia.
Impacto do interesse na vida cotidiana
Quando a autoridade monetária decide aumentar a Selic, isso implica um cenário de contração da oferta e de encarecimento do crédito. Dessa forma, as famílias têm menor poder aquisitivo no dia a dia, explica Mello.
Vale lembrar que a Selic é utilizada como instrumento de controle da inflação, ou seja, quando as taxas de juros aumentam, espera-se uma desaceleração da economia e, consequentemente, dos preços em geral.
No entanto, o economista destaca que fatores recentes, como incêndios e secas, que afetam a produção de alimentos e os preços da energia, impõem um cenário mais desafiador para a redução da pressão inflacionária no país.
“Não será a redução do consumo que mudará essa realidade”, afirma o professor.
Além disso, uma pequena alteração na taxa de juro, como um aumento de 0,25 pontos percentuais, pode implicar taxas significativas para as famílias endividadas.
“Quem tem dívida de cartão de crédito com juros de 400% vai parcelar acima de 500% de juros. Então é muito significativo na transferência de recursos entre pessoas físicas e instituições financeiras”, explica Mello.
Remédio amargo
O diretor-executivo da Anefac explica que o lado negativo dessa equação é o efeito cascata de inibição do consumo na economia.
Isso porque, com o poder de compra da população desgastado, as empresas vendem menos, contratam menos e não aumentam os salários, o que, no final das contas, reduz o crescimento do país.
Ao mesmo tempo, ao pesar o cenário atual, o professor da PUC-SP destaca que manter a Selic em patamares baixos não reflete necessariamente maiores investimentos para a sociedade.
“Normalmente a redução dos juros tem um mecanismo perverso de transferência de crédito para as famílias, porque elas consomem mais, ficam mais endividadas e isso gera um ciclo de crescimento de curtíssimo prazo”, apresenta Mello.
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