O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse não estar surpreso com o aumento da taxa básica de juros.
Nesta quarta-feira (18), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) acompanhou as expectativas do mercado e elevou os juros em 0,25 ponto, elevando a taxa Selic para 10,75% ao ano.
Foi o primeiro aumento da taxa Selic desde agosto de 2022, quando a taxa básica era de 13,75% ao ano, patamar mantido até agosto de 2023. A decisão foi unânime entre os nove membros do Copom.
“Não fiquei surpreso. Mas só comentarei a decisão após a leitura da ata, na próxima semana, como de costume. Vou dar uma olhada, vou falar internamente sobre o que esperar num futuro próximo, disse Haddad.
Esta foi a primeira reunião do Copom depois que Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária, foi indicado para a presidência do BC pelo governo federal. O nome do economista ainda precisa ser aprovado em audiência no Senado, marcada para o dia 8 de outubro.
O ministro também comentou o corte de 0,50 ponto percentual na taxa de juros dos Estados Unidos, anunciado pelo Federal Reserve, horas antes da decisão do BC.
“Acho que chegou um pouco tarde, mas chegou. Estávamos esperando o corte em junho. Houve uma pequena turbulência no início do ano que, de certa forma, causou alguma turbulência nos mercados”, afirmou o ministro.
Outras repercussões
A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, em publicação na rede social Blue Skye, afirmou que a decisão do Banco Central prejudica a economia brasileira.
“No dia em que os EUA cortam os juros em 0,5 ponto, tendência mundial, o BC do Brasil aumenta a taxa para 10,75%. Além de prejudicar a economia, custará mais R$ 15 bilhões em dívida pública. Dinheiro que vai da educação, da saúde e do meio ambiente para os cofres da Faria Lima. Não temos inflação que justifique isso!
O presidente do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Décio Lima, afirmou que a decisão da autoridade monetária impacta diretamente os mais pobres.
“Temos a segunda maior taxa de juros real do mundo e quem paga a conta do aumento da Selic são as micro e pequenas empresas, inclusive as famílias mais pobres, que já sofrem tanto para manter as portas de seus negócios abertas”, disse Décio.
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