Segurança alimentar e sustentabilidade são os lemas do programa que visa transformar 40 milhões de hectares de pastagens degradadas em sistemas de produção eficientes e de baixo carbono.
O projeto poderá entrar nos debates do Grupo de Trabalho Agro do G20, que acontece na Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, até sexta-feira (13).
O programa é uma das estratégias do Brasil para intensificar a produção agrícola de forma sustentável, sem avançar para áreas preservadas.
O tema, segundo o assessor especial do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Ernesto Augustin, deverá ser apresentado pelo ministro Carlos Fávaro aos membros do G20 e demais organizações internacionais convidadas.
“O ministro Carlos Fávaro provavelmente lançará este programa como uma solução para a segurança alimentar sustentável, pedindo ou sugerindo apoio financeiro de outros países, como China, Japão e Médio Oriente, pois o seu foco é a segurança alimentar. Quando mostramos a possibilidade de produzir sem derrubar árvores e com sequestro de carbono é tudo o que o mundo quer” disse Augustin em entrevista ao Canal Rural e CNN.
Recursos do programa
Segundo o assessor especial do Mapa, o programa de recuperação de pastagens conta atualmente com recursos entre US$ 1 bilhão e US$ 1,5 bilhão, sendo parte deles contribuições brasileiras, inclusive do setor privado, e da Agência de Cooperação Internacional do Japão. (Jica).
“Mas o importante para nós é começar este primeiro ano para dar credibilidade ao programa e, assim, arrecadar mais recursos. Temos vários países interessados em investir.”
O programa está em processo de criação de regulamentos e regras. Neste primeiro momento, considerando o volume de recursos já disponíveis, é possível trabalhar na recuperação de um milhão de hectares de pastagens degradadas, que poderão voltar a ser utilizadas como pasto ou transformadas em terras aráveis, florestais e até frutíferas, destaca Augustin .
Segundo ele, essa extensão poderá chegar a dois milhões de hectares no próximo ano.
“Dois milhões de hectares é um aumento de 4% na área plantada. Não estamos preocupados apenas em aumentar a produção. Este programa estará sujeito a fortes requisitos de sustentabilidade. Requisitos que irão compor a nova geração da agricultura, a agricultura regenerativa, com sequestro de carbono. Tudo o que o mundo precisa”, reforça o assessor especial do Mapa.
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