O Banco Central (BC) já devolveu mais de R$ 1 bilhão a vítimas de fraudes e golpes ou falhas operacionais por meio do Mecanismo Especial de Devolução (MED) desde 2021, quando o sistema foi criado. Só em agosto deste ano foram devolvidos mais de R$ 80 milhões.
O aplicativo, criado para proteger o consumidor, está disponível no aplicativo do banco e pode ser acionado assim que o cliente perceber fraude ou falha e permite que a autoridade comunique imediatamente a ocorrência à instituição financeira.
Segundo o BC, entre janeiro e julho de 2024, foram feitos cerca de 2,5 milhões de pedidos de reembolso motivados por fraudes. No entanto, 68% não foram aceitos.
Segundo o município, o valor recuperado por meio do mecanismo atingiu R$ 284 milhões no período, representando aproximadamente 8% do total solicitado.
Segundo o chefe do departamento de concorrência e estrutura do mercado financeiro do BC, Breno Santana Lobo, ao perceber que foi vítima de um golpe, os usuários devem entrar em contato imediatamente com o banco pelos canais de atendimento disponíveis.
“É importante agir com rapidez, pois o banco pode repassar as informações ao Banco Central, que depois comunica ao banco onde está a conta do fraudador. Dessa forma, os recursos podem ser bloqueados de forma ágil”, disse.
No entanto, os valores podem levar algum tempo para serem reembolsados. Lobo destaca que os valores podem levar até 10 dias para serem reembolsados.
“A análise que os dois bancos envolvidos na transação [o de origem e o recebedor] fazer pode ser realizado em até sete dias. Depois de concluída essa análise, ainda falta um prazo de três dias para que o retorno de fato ocorra”, explica.
“Então, quando uma pessoa abre uma reclamação, o prazo máximo para receber o dinheiro de volta é de 10 dias.”
Lobo destacou ainda que o BC tem investido constantemente na segurança do sistema financeiro e no Pix, com a criação de novos mecanismos e regras para melhorar a proteção dos usuários.
“O Banco Central coordena 11 grupos estratégicos de segurança do Pix, com a participação de especialistas. Esses esforços mantiveram os números de fraudes estáveis, apesar da percepção de que os golpes estão aumentando”, disse ele.
Segundo o BC, atualmente são registrados sete casos de fraude a cada 100 mil transações realizadas via Pix, taxa considerada “razoável” se comparada a sistemas de pagamentos instantâneos de outros países e até mesmo a operações com cartão de crédito.
Por fim, Lobo alertou os usuários sobre a necessidade de ficarem atentos a golpes e fraudes. “Em qualquer situação suspeita, a recomendação é sempre entrar em contato com o banco e relatar o ocorrido o mais rápido possível”, aconselhou.
Golpe de pagamento: o que fazer ao receber uma ligação do banco
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